Heleno Araújo é eleito vice-presidente mundial para a América Latina da IE

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Eleição do professor e diretor da CNTE, Heleno Araújo, para a Vice-Presidência Mundia da IE

 

O professor e presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), Heleno Araújo, foi eleito, nessa terça-feira (30), a Vice-Presidente Mundial para a América Latina da Internacional da Educação (IE). Com isso, a CNTE mantém sua representação na América Latina. Araújo passa a ocupar o cargo que, anteriormente, era preenchido pelo secretário de Relações Internacionais da CNTE, Roberto Leão.

A eleição de Araújo ocorre durante o 10º Congresso Mundial da Internacional da Educação (IE), realizado em Buenos Aires, entre 26 de julho e 2 de agosto. “Já há muitos anos a CNTE contribui mundialmente com o debate, a elaboração, as lutas e conquistas das políticas educacionais, sobre o direito à educação, a gestão democrática, a organização sindical, o financiamento da educação pública e a valorização da nossa categoria profissional”, relata Heleno.

“Com mais um mandato na Internacional da Educação, pretendo dar continuidade aos trabalhos realizados pelos que passaram neste posto, buscando avançar nos processos de elaboração, lutas e conquistas dos nossos direitos e pelo fortalecimento da democracia no mundo”, ele garante.

Ele disse ao Sinpro-DF que a atuação da entidade vai favorecer a educação no Brasil. “Atuamos com outras entidades da educação da América Latina, então, a manutenção da CNTE na Vice-Presidência da Internacional da Educação, e mais três entidades da nossa região, fortalece a integração da América Latina com os debates e as lutas em defesa da educação pública no mundo”.

E acrescentou que: “Manter a CNTE na Vice-Presidência Mundial da IE impacta nas políticas educacionais aplicadas no Brasil, fortalece nossa atuação nacional para barrar os processos de privatizações da educação pública e nos ajuda a lutar pela aplicação de políticas educacionais que atendam às demandas de toda a comunidade escolar”.

Em matéria divulgada no seu site, a CNTE informa que, na ocasião, o secretário-geral da IE, David Edwards, destacou o direito à educação e apresentou um panorama sobre garantia de direitos dos trabalhadores. O discurso de Edwards indica para mais um período de resistência perante as crises impostas pelo capitalismo. 

Resistência perante crises

Apuração da CNTE mostra que a superação de dificuldades criadas por crises mundiais pautou o debate do 10º Congresso Mundial da Internacional da Educação. No primeiro dia oficial de atividades do evento, o secretário-geral da IE, David Edwards, refletiu sobre as conquistas dos movimentos sindicais globais nos últimos 5 anos e citou crises, como a provocada pela pandemia de covid-19, os problemas causados pelas emergências climáticas e as guerras decorrentes somadas ao crescente autoritarismo em todas as regiões do mundo.

Diante dessa situação, o desafio do próximo período, segundo análise de Edwards, é os(as) educadores(as) conseguiram avançar na garantia do direito à educação, dos direitos dos trabalhadores e à democracia em todo o mundo.

“O fervor, o empenho e a dinâmica entre as nossas organizações membros são inegáveis, porque sabemos que este é o nosso tempo. Sabemos que sistemas educativos de qualidade, gratuitos e com bons recursos não são inevitáveis. Sabemos que professores altamente qualificados, equipe de apoio educativo e outros educadores não estão garantidos para todos os alunos em todas as turmas. É preciso lutar por isso e defendermos essa garantia. Mas posso dizer, nesta nossa quarta década como federação, que construímos o reconhecimento, a reputação e o poder ao mais alto nível para sermos uma força não só para a educação, mas para os valores dos direitos humanos e da democracia em todo o mundo”, afirmou Edwards.

Internacional da Educação

A CNTE ressalta que, dentre as principais realizações da IE nos últimos anos, David Edwards destacou o trabalho da federação durante o período de pandemia de covid-19 e sua solidariedade além das fronteiras. Campanhas como a Go Public! Fund Education, a Teach for the Planet, as recomendações das Nações Unidas sobre a profissão docente, a mobilização global para a educação e justiça climática, além de outros compromissos firmados pela organização para a igualdade de gênero, equidade, e diversidade na educação foram enaltecidos na cerimônia.

Solidariedade em todas as crises

A Confederação também destacou que, em seu discurso, Edwars disse que “em memória à ação dos educadores no mundo no período da pandemia, Edwards elogiou, reforçando que “tudo fechou, mas nós não. Mantemos viva a visão que defendemos todos os dias como professores e trabalhadores da educação – um lugar chamado escola; o símbolo vivo da resiliência e da ambição no coração das nossas comunidades”.

À altura dos desafios impostos pela pandemia, a união solidária para além das fronteiras também se fez presente. “Em mais de 300 ocasiões, desde 2021 até hoje, nós nos reunimos virtualmente online, tanto com encontros individuais, em pequenos grupos, quanto em conferências regionais e globais, nos mantendo próximos em nossa missão e objetivo. Nenhuma organização global fora do setor da saúde primária esteve mais empenhada na resposta global à Covid do que a nossa federação”, destacou o dirigente sindical.

Segundo o dirigente, a mesma solidariedade se fez presente nos momentos em que os trabalhadores tiveram seus direitos negados. “Quando os direitos trabalhistas dos professores são retirados, os nossos valores de dignidade, humanidade, solidariedade, nos obrigam a defender a sua restauração”, disse ele, destacando as diversas ações de solidariedade em apoio aos profissionais da educação em Mianmar, Israel, Gaza, Ucrânia, Essuatíni, Turquia, Hong Kong, Bielorrússia, Filipinas, Uganda, Mali, Irã, Tanzânia, Argentina, Haiti e Afeganistão realizadas desde 2019.”

“Aqui na Argentina, acabamos de manifestar solidariedade para com os nossos colegas, os nossos anfitriões trabalhadores e acolhedores. Eles enfrentam uma inflação desenfreada, cortes salariais, pobreza crescente e, quando se manifestam, são confrontados com repressão, mentiras e ameaças pessoais. Mas eles não desistem, defendem os seus alunos, as suas comunidades e a sua nação. La patria no se vende!”, expressou David Edwards.

 

Clique aqui e confira a matéria da CNTE na íntegra.

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