Grito dos Excluídos cobra justiça social e reforça luta por soberania nacional

A 31ª edição do Grito dos(as) Excluídos(as) reuniu milhares de manifestantes na Praça Zumbi dos Palmares, em frente ao Conic, nesse domingo (7/9). Este ano, mais que a luta por uma sociedade justa, solidária e fraterna, o ato levou às ruas a defesa da soberania nacional.

Realizado anualmente como contraponto ao Grito da Independência, proclamado por um príncipe, em 1822, a mobilização no DF foi organizada em parceria com as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. O Sinpro, movimentos sindicais, sociais e estudantis, lideranças políticas e representantes da sociedade civil também se somaram à atividade.

 

Grito dos Excluídos 2025 reforça mobilização pela soberania nacional. Foto: Joelma Bonfim

 

O diretor do Sinpro Cléber Soares lembrou que o local da realização do evento não foi escolhido por acaso. Para ele, o espaço é simbólico para a classe trabalhadora e, historicamente, é palco de resistência popular.

“O Grito dos Excluídos é extremamente importante, pois permite que aqueles e aquelas que não têm voz no dia a dia possam dar o seu grito e denunciar todas as injustiças que estão sofrendo. Aqui no DF, por exemplo, estamos gritando contra a privatização da Rodoviária do Plano Piloto, que é a subtração do direito de ir e vir das pessoas. Gritamos também contra o feminicídio, contra a misoginia, o racismo, a LGBTfobia, por mais recursos para a educação, para a saúde e as políticas públicas, que são capazes de emancipar a classe trabalhadora”, disse.

Plebiscito Popular

O Grito dos(as) Excluídos(as) também denunciou as estruturas que geram desigualdades socioeconômicas e os ataques à biodiversidade. Outras pautas, como a reivindicação por tributação dos super-ricos, a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil, a redução da jornada sem redução de salário, o fim da escala 6×1, estiveram no centro do debate.

Nesse sentido, o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues, reforçou a importância da participação de brasileiros(as) no Plebiscito Popular 2025, que coloca em discussão questões fundamentais que podem alterar a realidade da classe trabalhadora. A consulta foi prorrogada até 30 de setembro. O Sinpro é ponto de votação. Saiba mais.

“O Plebiscito está nas ruas. Convoco todos a participarem votando e, principalmente, divulgando. Temos que fazer justiça social no nosso país, e essa luta exige mobilização coletiva. Precisamos dialogar com a população em todos os espaços, fortalecendo a voz do povo”, disse o sindicalista.

 

Presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues, convoca população para participar do Plebiscito Popular 2025. Foto: Joelma Bonfim

 

Denúncia

A taxação imposta pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros foi denunciada em diversas mobilizações realizadas simultaneamente pelo país. Implementada como uma tentativa de pressionar decisões da Justiça Brasileira, a medida tem se mostrado uma ameaça à soberania nacional.

Em ato em São Paulo, o presidente da CUT Nacional, Sérgio Nobre, afirmou que centrais sindicais brasileiras irão a Bruxelas, na Bélgica, para denunciar as tarifas. Uma reunião com a secretária-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) está prevista para o dia 18 de setembro.

No encontro, os sindicalistas apresentarão um relatório que mostra as consequências do tarifaço de Trump ao Brasil, ao sistema produtivo e à classe trabalhadora. “O comércio internacional tem regra e a OMC é responsável por guardar essas regras e nenhum presidente do mundo tem o direito de atravessar as regras internacionais. O Trump não pode continuar impunemente desrespeitando as instituições multilaterais”, disse Sérgio Nobre.

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