Governo Rollemberg é reprovado por 72%

A ausência de melhorias visíveis nos serviços públicos e na economia motiva o brasiliense a desaprovar cada vez mais a governo de Rodrigo Rollemberg (PSB). Segundo pesquisa do Instituto Exata de Opinião Pública (Exata OP), a desaprovação da forma como governador administra o Distrito Federal é crescente. Em dezembro de 2016, a reprovação era de 68% da população. Hoje 72% dos brasilienses rejeitam a gestão Rollemberg.
Publicada regularmente pelo Jornal de Brasília, a pesquisa de avaliação do governo entrevistou 2.135 pessoas entre os dias 18 e 21 de abril deste ano, comparando os dados com levantamentos anteriores. A margem de erro é de 2,5%, para cima ou para baixo e o estudo apresenta um intervalo de confiança de 95%.
Conforme o estudo, 67% da população considera o desempenho do governo negativo. Ou seja, praticamente sete em cada dez brasilienses avaliam negativamente os resultados da gestão Rollemberg até o momento, colocando na balança promessas cumpridas, não cumpridas, ações, omissões e posicionamentos políticos.
Os números não perdoam os deslizes constantes do governo. Para 49,1% dos brasilienses a gestão Rollemberg é péssima. Outros 18,2% taxam a administração do PSB como ruim.
“A degradação da imagem do governo ficou consolidada pelos dois primeiros anos de administração, que foram muito ruins. É difícil reverter este cenário no terceiro ano de mandato”, avalia o diretor do Exata OP, Marcus Caldas. A avaliação negativa é alimentada por decisões e posturas pontuais do chefe do Executivo, a exemplo do aumento das passagens do transporte coletivo e dificuldade de relacionamento com os servidores públicos.
Na análise do professor de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB) João Paulo Peixoto, os números sugerem queda das chances de reeleição de Rollemberg, assim como seu cacife para emplacar um sucessor.
Não pesam sobre os ombros de Rollemberg escândalos de corrupção, pelo menos até agora. Parte dos governistas calcula que este será um fator estratégico para que Rollemberg consiga vencer em 2018. No entanto, Peixoto considera a leitura equivocada. O eleitor se revolta com corruptos, mas na hora do voto prioriza a capacidade de gestão e a atitude dos candidatos. Além disso, o eleitorado está cansado dos políticos e partidos tradicionais. Características bem distantes de Rollemberg até o momento.
Partido do governador avisa que reverte quadro até 2018
“O governo está com o bloco na rua. Não tenho dúvida que até 2018 vamos reverter este processo de rejeição”, afirma o presidente regional do PSB e secretário adjunto de Turismo, Jaime Recena. O dirigente alega que o governo Rollemberg deverá entregar uma série de obras e projetos neste ano. Conforme os resultados ficarem evidentes, a desaprovação será freada.
A lista de entregas inclui obras de mobilidade, em especial a Saída Norte de Brasília, o avanço do programa Cidades Limpas e melhorias em regiões carentes como Sol Nascente, em Ceilândia. Recena lembra que ao contrário de outras unidades da Federação, o GDF continua a pagar os salários dos servidores em dia e trabalha “diuturnamente” para equilibrar as contas públicas, nestes tempos de turbulência política e econômica no Brasil.
“Nosso governo está enfrentando problemas criados por governos passados. Políticas mal formuladas nas últimas décadas geraram a questão da falta de água. Estamos trabalhando com transparência para resolver tudo. Sem esconder ou maquiar coisa alguma”, afirma Recena. Procurado pela reportagem, o governo Rollemberg não quis comentar o estudo, alegando desconhecer a pesquisa.
(do Jornal de Brasília)