Governo Bolsonaro autoriza 52 ‘escolas fake’ em reduto de ministro do Centrão

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Portal CUT – Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

 

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), presidido por Marcelo Lopes da Ponte, que foi chefe de gabinete do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), liberou R$ 172,5 milhões para a construção de 52 “escolas fake” no Piauí, segundo denúncia publicada no jornal o Estado de S Paulo desta terça-feira (12).

Até agora, de acordo com a reportagem, só foram garantidos R$ 15,6 milhões, ou 9,09% do total que o governo precisará desembolsar. Proporcionalmente, o Piauí obteve reserva orçamentária maior do que a média dos demais Estados, que ficou em 3,8%. 

Com os novos contratos para novas obras, fechados em sua maioria com prefeituras piauienses comandadas pelo Progressistas, o PP, partido do ministro, foram abandonas obra já iniciadas de 99 colégios, creches e quadras poliesportivas. Desse total, em 51 dos casos não há desembolso do FNDE porque as obras foram iniciadas em governos passados. Pela legislação, essas obras deveriam ter prioridade. Nos outros 48 casos, o contrato para construção foi encerrado sem que as obras fossem concluídas, o que deixa pelas cidades esqueletos de escolas. 

Os números mostram que Ciro Nogueira usa dinheiro da educação para turbinar a campanha eleitoral de aliados no seu reduto eleitoral, diz a reportagem. Entre as candidaturas está a da sua ex-mulher Iracema Portella, citam repórteres Julia Affonso, Breno Pires e André Shalders, que assinam a matéria.

A caneta usada em todas essas liberações milionárias de verbas sem transparência, sem controle e sem acompanhamento, está nas mãos de Marcelo Lopes da Ponte, indicado por Ciro e apadrinhado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, também do PP e também autor de diversas emendas de relator que destinou vernas do órgão para aliados em Alagoas. Algumas dessas emendas foram para destinar recursos para a compra de kits de robótica para escolas que não têm internet, nem computador ou sequer água.

Foi uma canetada de Marcelo Ponte também que autorizou a construção de 2 mil novas escolas apesar de haver 3,5 mil obras paradas.

A estratégia, afirmam os repórteres do Estadão, garante a deputados aliados alardear em suas bases a conquista de obras que, na prática, não serão executadas por falta de previsão orçamentária.

Confira aqui a íntegra da reportagem. 

Fonte: CUT