Gestora do Hospital de Santa Maria recebeu sem cumprir metas

Sociedade Real Espanhola não cumpriu metas do controle de qualidade, mas recebeu pagamento. Na terça-feira (17), Secretaria de Saúde se reuniu com filhas da paciente que morreu por falta de UTI. As filhas de Maria de Lucas Silva ouviram a promessa que as investigações sobre a morte de sua mãe na semana passada vão até o fim. “Não deram prazo. A única coisa concreta que ela falou foi que tinha UTI, mas não levaram minha mãe”, desabafa Helen Aparecida. A paciente sofreu um AVC e o quadro teria se agravado por falta de atendimento adequado. A Justiça suspendeu o repasse de verbas para as UTIs porque a administradora do Hospital contratou outra empresa para prestar serviços na Unidade de Tratamento Intensivo. O atendimento piorou na semana passada e o pagamento foi liberado. Segundo a Secretaria de Saúde, no ano passado, mais de um R$ 1 milhão foram pagos a Real Sociedade Espanhola sem que serviços tivessem sido prestados. Mesmo com relatórios mensais mostrando que o Hospital deixou de cumprir várias metas, o GDF não fez os descontos previstos no contrato. A Secretaria já descobriu que mais de cem funcionários deixaram outros hospitais da rede pública para trabalhar no de Santa Maria por causa dos salários maiores. “Está pagando mais talvez porque tenha um recurso público muito fácil, então isso tem que ser revisto. Eu acho que isso, no mínimo, é antiético e imoral. Estou analisando pra ver se é também ilegal”, destaca a secretária de Saúde, Fabíola de Aguiar Nunes. Em nota, a Sociedade Real Espanhola afirmou que o contrato com a Secretaria não determina salários, que, por serem regidos pela CLT, geram custo menor ao GDF. A empresa afirma que só não cumpriu as metas de exames por falta de equipamentos e que só contratou, por pregão, a empresa para administrar a UTI porque não tinha candidatos na rede pública.
Com informações do site orçamento transparente