Festa Junina inclusiva anima CEMI do Cruzeiro
Quadrilha, barracas de comida típica, jogos, brincadeiras, bingo, feijoada, bazar, apresentações culturais e até rifa. Não faltaram atrações no Arraiá no CEMI do Cruzeiro, que ocorreu no dia 29 de junho, coincidindo com outros eventos organizados pela escola, que está completando 60 anos
“Nossa festa foi idealizada na perspectiva de uma Feijoada Junina sem descaracterizar a Festa Junina. Todo ano tentávamos fazer uma festa com comidas típicas, Som, quadrilha, etc. Mas nunca atingimos o nosso objetivo, sempre ficávamos no prejuízo. Então, decidimos mudar: uma feijoada, canjica, caldos, pipocas e refrigerantes com cara de festa. Tivemos a participação do Clube do Choro (que desenvolve um projeto na escola), quadrilha montada e coreografadas por alunos e ex-alunos da escola, Grupo Pellinsky (dança folclórica aqui do Cruzeiro), Dança do Ventre (bailarinho Blaysson que desenvolve um trabalho aqui no Cruzeiro), rifa de uma airfryer e bingos. Foi um sucesso!” atesta Getúlio Cruz, diretor da escola.
De acordo com Getúlio, “na quadrilha houve inclusão com alunos especiais atendidos pela Sala de recursos da escola, participação excelente e positiva, os pais e responsáveis ficaram bastante contentes, é um trabalho minucioso e envolvimento total da Direção, Coordenação, Supervisão e toda a comunidade escolar”.
Gabriel Martins, ex-aluno e um dos organizadores da quadrilha, diz que é importante “entender a realidade de cada um com quem você está trabalhando, apesar de a gente lidar com o coletivo, a gente entendia até onde eles (PCD que dançavam) podiam ir, o ritmo que eles tinham que ter durante os ensaios, e foi bem tranquilo. O nosso foco é mais fazer algo com que os dançarinos consigam se divertir e ser felizes fazendo o que fazem, então não teve nenhum tipo de empecilho”. Para Gabriel, “quando você dança a quadrilha, São João, passa esse sentimento de alegria e desta inclusão. Tem que dançar todo mundo, inclusive pessoas com deficiência, na nossa quadrilha a gente inclui todo mundo”.
O diretor da escola também ressaltou que “tivemos ajuda da Administração do Cruzeiro com algumas barraquinhas e as restantes, foram confeccionadas e montadas pelos alunos e professores da escola. A decoração ficou a cargo do carnavalesco Andreone Pellinks que é parceiro da escola. Foi uma festa diferente. Total participação de todos e um resultado positivo. Tivemos também policiamento do Batalhão Escolar, sem registro de ocorrências”.
Quadrilha
A organização da quadrilha era composta por Gabriel Martins, Matheus Lima, Mateus Mangueira, Guilherme Fernandes, além do apoio de Fernando Souto, Fábio Willian, Laysla Almeida, Giovana Nunes, Maria Eduarda e Geovanna Jesus. E claro, também o apoio da escola.
“Se eu fosse destacar nomes, o diretor Getúlio e vice-diretor Bertânio, os coordenadores Toninho e Luiz Magno e a professora Camila, de educação física. Também um dos seguranças da escola que apoiou a gente bastante ali, que foi o Pedro. E o Daniel, servidor da limpeza, cita Gabrie
De acordo com ele, “direção e coordenação, ajudaram a gente principalmente na estruturação do documento, para a gente entender o que a gente podia pedir, o que a gente podia requerer para a escola, para o projeto acontecer em relação ao horário, espaço, quantidade de alunos, até questão de ponto, eles explicaram o que podia ser feito ou não”, explicou Gabriel.
Trevo do Cerrado
A quadrilha na festa nasceu do projeto Trevo do Cerrado idealizado por Gabriel e Matheus Lima, outro ex-aluno.
“Antes da quadrilha, a gente sempre tinha vontade de fazer alguma coisa na festa junina, relacionado com dança. Na primeira vez que fizemos, tivemos pouquíssimo tempo. Em quatro dias a gente acabou fazendo de uma forma improvisada e o pessoal gostou muito. Nem figurino tinha, as meninas usaram pano de prato como saia improvisada. Na segunda vez, ano passado, teve uma maior adesão. A partir daí tivemos a conversa com diretores e coordenadores para tocar o projeto de uma forma ainda mais séria para 2024. Neste ano viemos com proposta, documentação, figurino, planejamento, sistema de hierarquia, com algo mais organizado”, relata Gabriel.
Ele ressalta que “é uma história de muita batalha, luta e dificuldades e que não ofuscam nosso brilho e alegria. São três anos que sempre fizemos com amor e vontade de agregar”.
“O que a gente tem a entregar para a quadrilha é o sentimento de alegria, de resiliência. Não é só uma quadrilha, é você acreditar no seu sonho e não desistir deles. A gente recebeu muitos ‘não’ até dar certo, insistimos e uma coisa que passamos pros nossos alunos é jamais desistir. E uma coisa que eu e o Gabriel sempre falamos para todos é para fazer as coisas com alegria, não importa o que você faça”, afirma Matheus.
Trabalho da escola
Regina Célia, Diretora de Assuntos e Políticas Para Mulheres Educadoras do Sinpro, enaltece o trabalho desenvolvido na escola. “É pautado em ações e práticas de Inclusão Social, Inclusão Educacional, que vão construindo caminhos, possibilidades dos (as) alunos (as) fortalecerem aprendizagens significativas, o que sem dúvida alguma auxilia em seus futuros acadêmicos. O que vi na organização, nas apresentações, decoração da festa, com participação efetiva dos (as) alunos (as), nos dá a certeza do trabalho em unidade, que os profissionais que lá atuam desenvolvem diariamente, apesar dos constantes enfrentamentos didáticos, pedagógicos e administrativos existentes na Rede, a equipe CEMI vem resistindo, construindo e se reconstruindo há 60 anos, trazendo-nos a certeza da necessidade de maior valorização, em todos os aspectos, de nossa categoria! Viva o CEMI Cruzeiro, viva a educação pública de qualidade!”.
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