Estudantes preparam ato durante votação da PEC 55
Estudantes de todo país se reuniram nessa terça (15) na Universidade de Brasília (UnB) para discutir medidas de mobilização contra o desmonte da educação, previstas na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, e debater as ocupações nas escolas e universidades. O debate unificado reuniu secundaristas, universitários e representantes de vários movimentos e entidades estudantis.
De acordo com a estudante de Ciências Políticas e vice-presidenta regional da União Nacional dos Estudantes (UNE) em Brasília, Luiza Calvetti, os movimentos programam ato para a próxima terça (29/11), data prevista para votação em primeiro turno da PEC 55 (ex 241), no Senado Federal. “A idéia é fortalecer a participação dos estudantes. Para tanto, virão caravanas de todos os estados para acompanhar a votação da PEC”, disse.
Veja as resoluções aprovada pela diretoria da UNE aqui
Aumento do fascismo
À medida que a mobilização dos estudantes por uma educação pública e de qualidade ganha força, multiplica, também, os movimentos contrários. O último episódio, ocorrido em Goiânia, evidenciou a crescente e preocupante onda fascista no país.
Na tarde dessa terça (15), um estudante de 20 anos foi morto a tiros pelo próprio pai. A tragédia teria ocorrido pelo fato de o pai não concordar com a participação do filho nas ocupações na Universidade Federal de Goiânia (UFG), onde cursava Matemática.
No velório do estudante, amigos que participam das ocupações realizaram abraço coletivo no caixão do jovem, que se tornou símbolo de luta e resistência.
Outro ponto preocupante são as atuações dos grupos que se organizam para desocupações das escolas. O Movimento Brasil Livre (MBL), apoiador do golpe à democracia e contrário ao movimento estudantil desde o início das ocupações, vem tentando se organizar para desocupação da UnB.
Ocupações pelo país
Segundo o último balanço divulgado pela UNE, já são mais de 200 universidades ocupadas pelo país. Em Brasília, além de vários prédios da UnB nos campis Darcy Ribeiro e em Planaltina, estão ocupados os campis dos Institutos Federais de Brasília do Riacho Fundo e Samambaia.
Os estudantes são contrários à PEC 55, à Medida Provisória (MP) 746, da reforma do ensino médio, e à Lei da Mordaça.