Estudantes pedem diálogo para adequação das aulas após quarentena do COVID-19

Desde a publicação de uma portaria do Ministério da Educação (MEC) autorizando a substituição das disciplinas presenciais em andamento por aulas online, os estudantes das universidades privadas do Distrito Federal vêm criticando a falta de diálogo entre as reitorias e o movimento estudantil. Após a conquista da suspensão das aulas em várias universidades, surge o debate central sobre a continuidade do semestre.

Desde então o Movimento Ágora vem trabalhando no DF para criar um acordo com as reitorias, visando reequilibrar boa parte do ônus que foi transferido para os professores e estudantes. Dentre os questionamentos do movimento estão:

1 – Vários professores e alunos se depararam com a necessidade de cuidar de familiares e desempenhar funções que antes não desempenhavam;

2 – Muitos não possuem computador, internet de qualidade, espaço apropriado em casa para realização dessas atividades;

3 – Muitos alunos, não sabem se poderão pagar suas mensalidades devido à redução da carga horária de trabalho, corte de funcionários em diversas empresas e possível redução dos salários dos servidores públicos;

4 – Ainda existem os estudantes que não estão satisfeitos por pagarem por aulas presenciais e receberem aulas online;

5 – Professores estão sendo obrigados a estar em uma rotina de trabalho estendida durante o dia inteiro, respondendo estudantes que estão com dificuldades, resolvendo problemas de infraestrutura de suas casas para dar aula de qualidade (internet, computador e afins);

6 – Por fim, a IES pediu para que os professores adaptassem um plano de ensino para todo semestre, em menos de 24 horas, e ainda cobrou que essa adaptação tenha a mesma qualidade que as aulas presenciais.

 

Movimento da UNE

No cenário nacional o Comitê Operativo de Emergências do MEC, criado para mitigar os efeitos do Coronavírus no ambiente acadêmico, deliberou que serão permitidas alterações no calendário escolar (como antecipações das férias), além da flexibilização das disciplinas presenciais para serem ministradas em EAD. Ainda que de uma forma muito amadora por parte de algumas IEs, a segunda opção tem sido amplamente adotada e essa decisão tem gerado grandes debates sobre a qualidade do ensino e a cobrança integral das mensalidades, já que os cursos presenciais (geralmente mais caros) não estariam sendo ofertados em suas condições ideais.

Sabendo que os cursos em EAD são taxados de forma mais barata em relação aos presenciais, e que uma parcela dos estudantes não tem acesso a computadores, internet e/ou plataformas de ensino EAD fora do ambiente das faculdades e universidades, escolhendo fazer cursos presenciais por isso, além de que muitos gastos das IEs vão ser reduzidos, como gastos com energia, água e manutenção do espaço, por não estarem havendo atividades presenciais, propomos que as instituições de ensino flexibilizem seus cursos presenciais para EAD:

– Não reprovem os estudantes por falta;

– Divulguem amplamente e disponibilizem formas para que os estudantes possam continuar seus estudos;

– Incluam mais de uma opção de verificação de notas, além de trabalhos para a complementares;

– Ofereçam formas de reposição das aulas e/avaliações;

– Não alterem o Coeficiente de Rendimento (CR) com base nas notas do semestre de 2020.1.

– Equiparem o valor dos cursos presenciais aos cursos em EAD, onde assim houverem e nas universidades que não contam com sistema EAD, promovam descontos proporcionais a diminuição das despesas das IEs

– Garantia de impressão e resgate de documentos;

– Garantia de trancamento do semestre sem taxação, dado que o estudante não poderá cursa-lo por motivo de força maior.