“Este é o pior ano da Educação em São Paulo”, diz dirigente

Francisca é professora há 25 anos, neste período não foram poucas as lutas que travou em defesa da educação pública de qualidade e pode falar com propriedade sobre como o governo do PSDB trata a questão há mais de 20 anos no poder no estado de São Paulo.
Segundo ela, neste 2015 a situação chegou a um ponto insustentável, é como se a Educação estivesse sendo desmontada em três pilares: os professores precisam lidar com salas extremamente lotadas depois que mais de 3 mil turmas foram fechadas; a desvalorização da profissão e um plano de carreira precário completam o atual cenário da categoria.
Já em janeiro o governador anunciou que não haveria reajuste salarial dos professores este ano. A data base da categoria é 1º de março, no dia 13 do mesmo mês foi deflagrada a greve que está em seu 47º dia sem sinalização de avanços. As reuniões realizadas entre as duas partes não trouxeram bons resultados porque o governo não está disposto a avançar nas negociações.
Francisca vê a atitude do governador Geraldo Alckmin como uma estratégia política de avançar em seu projeto neoliberalista de precarização dos serviços públicos e criminalização dos movimentos sociais. “Ele [governador] está disputando com a Apeoesp para se consolidar como o candidato dessa direita que está na rua, o nosso sindicato é o que mais enfrenta este governo”, explica.
De acordo com Francisca o governador vem tentando, de diversas formas, enfraquecer o movimento organizado. Seja por meio da grande mídia que constantemente ataca a categoria e criminaliza as ações dos professores, ou através de desestabilizações. Recentemente todos os dirigentes, supervisores e diretores de escola receberam passaram a receber uma gratificação de R$948, inclusive com o retroativo até janeiro deste ano. Esta é uma das estratégias de segmentar a categoria e isolar os professores na luta.
A mobilização conta com grande apoio popular, segundo Francisca, muitos pais e alunos apoiam a paralisação. “Quem não aderiu a greve enfrenta muitas dificuldades em sala de aula, com esta superlotação há muitas comunidades onde o índice de indisciplina é alto e não há como professor desempenhar um trabalho satisfatório”, explica Francisca. Ela acredita que, com o descaso do governador, tanto o professor quanto o aluno são vítimas de um desmonte da educação.
Para Francisca, a prioridade do governo do PSDB, que administra o estado há mais de 20 anos, não é melhorar os serviços públicos, pelo contrário, o que existe é uma precarização das condições de trabalho que se torna mais grave e evidente a cada ano.
Há inúmeras tentativas do governo de enfraquecer a greve até por meio de assédio moral e ameaça de demissão por parte de dirigentes regionais de ensino, diretores e supervisores sobre professores temporários. Mesmo com inúmeras investidas de enfraquecer o movimento, a categoria está unida e a Justiça já julgou a greve legal.
Apesar da pouca vontade política do governador em resolver a situação, Francisca não hesita em afirmar que os professores vão seguir unidos. “Mesmo com a truculência e o autoritarismo do governador Geraldo Alckmin, a categoria tem disposição em continuar na luta”, afirmou
(Do Portal Vermelho)