Está oficialmente aberto o 12º CTE

O 12º Congresso dos Trabalhadores(as) em Educação (CTE) acaba de ser aberto na noite desta quinta-feira, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, com a participação de diversos integrantes de entidades sindicais que integraram a mesa de abertura.

Quem deu início à abertura do CTE foi o grupo Tambor de Crioula, patrimônio imaterial cultural do povo do Maranhão, com uma bela apresentação tradicional.  A seguir, a professora Myrlla Muniz fez uma interpretação emocionante do Hino Nacional Brasileiro.

Mesa de abertura em sintonia com um novo Brasil possível

Participaram da mesa de abertura os representantes da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) Gabriela Sidrin; da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino Particulares (CONTEE) e do Sindicato dos Professores dos Estabelecimentos Particulares (Sinproep), Rodrigo de Paula; da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão; da Central Única dos Trabalhadores (CUT-Brasil), Sérgio Nobre; do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Marcos Barato; e do Sinpro-DF, Vanilce Diniz.

Gabriela foi a primeira a falar. Lembrou que é muito importante que haja entrosamento entre professores e alunos, motivo pelo qual agradeceu o convite do Sinpro para participação no evento. Ela denunciou que o novo ensino médio foi implementado de cima para baixo, sem que fossem ouvidos os principais envolvidos no processo de aprendizagem: professores e alunos. As dificuldades ficaram ainda piores segundo a estudante, que avisa que o modelo do novo ensino médio abre brecha para a implementação do modelo cívico-militar, um modelo de repressão que não nos representa. A estudante também destacou que o ambiente escolar não é só um ambiente de educação, mas de cultura, lazer e convivência social, e nesse ambiente não cabe a realidade repressora militar.

Rodrigo afirmou que não só outro Brasil é possível: um outro DF também é possível. O Sinproep conta com 8 mil filiados e filiadas, que vivem o dia a dia do assédio moral e da exploração do trabalho. Rodrigo ainda denunciou o avanço que o setor privado tem promovido sobre a educação pública, principalmente o capital internacional.

Barato, do MST, lembrou da necessidade de debater a educação para construir sujeitos que possam de fato se entender e se perceberem como pessoas importantes para a construção de uma nação. E um dos eixos principais de mudança na sociedade é a educação, que é fundamental para construirmos os pilares da democracia e de uma nova sociedade.

Leão, da CNTE, clamou pela volta da democracia ao país, e disse que a democracia é aquela que acontece no dia a dia. Ele ressaltou que a democracia não mata os povos originários, nem assassina quem defende esses povos originários ou os quilombolas, nem mata pessoas em camburões da polícia rodoviária.

Nobre, da CUT, recordou que a nova diretoria do Sinpro toma posse na sexta-feira. Ele afirmou que quem deixa o mandato no Sinpro pode deixá-lo com a missão cumprida, elogiando a conduta e a liderança do sindicato no momento de extrema dificuldade vivido durante a pandemia.

Finalmente, Vanilce lembrou da importância de nosso voto neste momento, pois ele tem consequência e por isso deve ser muito bem pensado. Vanilce também disse que é urgente discutir a educação do Brasil e do DF, que vem sofrendo ataques financeiros e pedagógicos, numa inversão de quem tem autoridade e autonomia para o fazer pedagógico. O objetivo desses ataques, segundo a dirigente do Sinpro, é esconder a inoperância e a incompetência de quem deveria cuidar da educação e da população do DF.

O 12º CTE continua com a palestra de Márcio Pochmann e com a leitura e aprovação do Regimento Interno do Congresso.

Veja no vídeo abaixo a mesa de abertura do 12º CTE e a palestra de Marcio Pochmann.