Escritor e ativista uruguaio Eduardo Galeano morre aos 74 anos

Jornalista, historiador e ensaísta morreu nesta segunda em Montevidéu. Ele é autor da obra “As veias abertas da América Latina”.
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Morreu nesta segunda-feira (13), aos 74 anos, o escritor, jornalista e ensaísta uruguaio Eduardo Galeano, autor do livro “As Veias Abertas da América Latina” – em que denunciou a opressão e amargura do continente e que foi traduzido para dezenas de idiomas. Ele estava internado em um hospital de Montevidéu e, segundo o jornal El País, do Uruguai, encontrava-se em estado grave já há vários dias, em decorrência de um câncer.
Galeano nasceu em 3 de setembro de 1940 na capital uruguaia, e viveu exilado primeiro na Argentina e, depois, na Espanha. Foi procurado por várias ditaduras do Cone Sul, em países nos quais teve obras que chegaram a ser censuradas. Ele só voltaria ao Uruguai em 1985, quando ocorreu a redemocratização. Após o retorno, viveu em Montividéu até morrer.
Além de publicar obras de alcance mundial como “Memórias de Fogo” (uma trilogia sobre a História das Américas), “O livro dos abraços” e “História da Ressureição dos Papagaios”, recebeu os prêmios José Maria Arguedas, outorgado pela Casa das Américas de Cuba, e o Stig Dagerman, um reconhecimento sueco aos escritores que se destacam por suas obras literárias.
Recebeu o prêmio Casa de Las Américas em 1975 e 1978, e o prêmio Aloa, promovido pelas casas editoras dinamarquesas, em 1993. A trilogia “Memória do fogo” foi premiada pelo Ministério da Cultura do Uruguai e recebeu o American Book Award (Washington University, EUA) em 1989.
Em 1999, Galeano foi o primeiro autor homenageado com o prêmio à Liberdade Cultural, da Lannan Foundation (Novo México).
Galeano era conhecido por suas críticas aos Estados Unidos e, em entrevista ao jornal espanhol El País, em 2010, chegou a defender o então presidente venezuelano Hugo Chávez, que, inclusive, presenteou o presidente norte-americano, Barack Obama, com um exemplar de “veias abertas”.
No ano passado, o autor criticou a obra mais famosa durante a 2ª Bienal do Livro em Brasilia. “Eu não seria capaz de ler de novo. Cairia desmaiado”, afirmou, durante o Salão do Livro de Brasília. Segundo Galeano, ele não estava “treinado e preparado” o suficiente para redigir o livro.