Escola Meninos e Meninas do Parque forma pela EJA 21 pessoas em situação de rua

Foi uma sexta-feira 13, e mesmo assim foi um dia de sorte e de muita festa para 21 pessoas em situação de rua ou de extrema vulnerabilidade, que se formaram na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA) na Escola Meninos e Meninas do Parque.

A cerimônia promovida pela equipe da escola marca a importante conclusão de uma fase de estudos oferecida a um segmento da população que, na escola de Natureza Especial com sede no Parque da Cidade, tem total acolhimento e pertencimento, e exercem seu direito constitucional à educação e a uma vida digna.

A EMMP é uma referência no Brasil inteiro pelo trabalho com pessoas em situação de rua. É um trabalho realizado com muito carinho e atenção, para acolher essas pessoas, oferecer educação de qualidade e contribuir para assegurar o direito delas a uma vida digna. Um dos lemas da escola é oferecer educação humanizada.

A estudante trans Natália foi a oradora da turma, e pediu um minuto de silêncio pelos e pelas colegas em situação de rua que foram agredidas e tiveram suas vidas ceifadas.

A cerimônia contou com números musicais do Duo Sertânico, da cantora Pilar Acosta e do violonista Alessandro Borges. “É muito importante a valorização e a ocupação do espaço da Escola Meninos e Meninas do Parque por membros da academia, artistas e militantes políticos, para que a escola se mantenha viva”, lembra Pilar.

O Duo Sertânico também oferece oficinas na escola. “Temos imenso carinho pela equipe da escola Meninos do Parque, pelo público atendido. Acompanhar a cerimônia de formatura foi ver as pessoas felizes e se percebendo no meio de um processo de conclusão, porém com a esperança da continuidade dos estudos”, reitera Pilar.

“As pessoas em situação de rua só saem da invisibilidade por meio da educação, do processo formal de ensino, das ações realizadas dentro da unidade escolar. Aqui na escola Meninos e Meninas do Parque, essas pessoas são protagonistas, e é o espaço de pertencimento dessas pessoas. É onde elas deixam de ser pessoas invisíveis, em situação de rua, e se tornam estudantes”, apontou a diretora da escola Meninos e Meninas do Parque, “Amelinha” Cristina Araripe.

A diretora do Sinpro Regina Célia esteve presente à cerimônia: “Para o Sinpro é sempre uma alegria participar das atividades da Escola Meninos e Meninas do Parque. Em se tratando da formatura, é um momento que nos traz esperança de uma sociedade mais igualitária e inclusiva, certeza da construção diária de uma educação não só de qualidades pedagógicas, mas, humanamente diferenciada, que dê a todos e todas as oportunidades de lutar contra um sistema que exclui, invisibiliza pessoas postas à margem da sociedade, à margem da cidadania. Nesse contexto, a valorização da modalidade EJA é mais que imperativa, e o que vemos é a SEE-DF ir na contramão da humanização tão cara à EMMP. A Secretaria fecha turmas de EJA e trata a modalidade de forma desrespeitosa, sem ter ao menos contribuído significativamente com a busca ativa de alunos, um processo tão necessário”, observou.

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