Negritude é exaltada em ensaio fotográfico do CEF 20 de Ceilândia

O CEF 20 de Ceilândia desenvolve há 15 anos um projeto de construção de valores, exaltação da negritude e de combate ao racismo e bullying. É o Consciência Negra, no qual participam alunos (as) do sexto ao nono ano, com grande adesão. A culminância é o ensaio fotográfico, mas é apenas uma parte de todo o processo.

“Ao longo do ano fazemos debates, palestras, passamos filmes, fazemos roda de conversas com os alunos, uma vez que temos na nossa comunidade uma parcela esmagadora de alunos pretos e pretas. Conscientizá-los do seu papel na sociedade enquanto protagonistas na construção de um mundo sem racismo, demanda muito esforço e planejamento”, conta a professora Sandra, de Educação Física, organizadora do projeto ao lado da professora Celina Márcia, de Língua Portuguesa.

Sobre o belo figurino usado, a professora relata que “a gente não tem verba pra comprar roupa, então nós mesmos temos as ideias de quais vamos usar, então a gente faz uma vaquinha, pega emprestado, às vezes compramos um tecido e uma costureira da comunidade cria”.

A culminância do projeto será no dia 29 de novembro. “Celebraremos com várias atividades culturais, danças, teatro, exposição de trabalhos realizados por eles mesmos e essa mostra fotográfica linda, exaltando a beleza preta de cada uma e cada um, aplaudido por toda a escola e contribuindo assim para a potencialização da autoestima deles”, afirma a professora.

E na reunião dos pais, em um envelope junto do boletim escolar, vão as fotos de cada estudante. “Eles ficam maravilhados, encantados. Pois nós revelamos as fotos em um tamanho grande, aí tem pai que faz moldura, pendura na parede, ficam muito orgulhosos de os filhos participarem deste projeto e tirarem essas fotos lindas”, diz a organizadora.

E a professora observa uma mudança no comportamento dos (as) alunos (as). “ É uma semente que a gente vai plantando e você vai vendo no comportamento ao longo dos meses, dos anos, são coisas que eles levam pra vida. É um projeto de construção de valores como qualquer outra situação ou temática que trabalhamos dentro da escola. A gente vê vários alunos que ofendiam, praticavam o preconceito, hoje eles corrigem os que fazem isso. Já reconhecem que não é um comportamento aceitável na comunidade escolar e nem na sociedade”.

Para ver as fotos no álbum do Facebook do Sinpro, clique aqui.