Educadores brasileiros se solidarizam com a luta do povo peruano e congratulamos a vitória alcançada com a renúncia forçada de mais um golpista em nosso continente

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A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE, entidade representativa dos profissionais da educação básica do setor público brasileiro, expressa a sua mais veemente solidariedade ao povo peruano que, depois de dias de protestos nas ruas das cidades do país, obteve o êxito de afastar mais uma tentativa de golpe na América Latina.

De forma muito similar ao que ocorreu no Brasil em 2016, quando setores da elite política e econômica do país forjaram um golpe institucional contra a Presidenta Dilma Rousseff, o golpista Manuel Merino liderou um processo que terminou com a destituição de seu antecessor Martin Vizcara, em também um golpe político de cunho parlamentar. O golpe à democracia foi imediatamente rechaçado pela sociedade peruana e, em manifestações gigantescas nas ruas do país, que certamente contaram com a participação ativa e efetiva dos seus trabalhadores em educação, conseguiram, no dia de ontem, barrar mais essa tentativa de golpe em nosso continente.

Resta agora ao Tribunal Constitucional do país julgar a vacância de poder provocada pelo golpe perpetrado pelo seu próprio Poder Legislativo, cabendo até o retorno de Vizcara ao cargo que lhe foi arrancado à força. Daqui do Brasil, torcemos para que qualquer solução política à crise provocada pelas elites peruanas passe pela ausculta e participações dos mais amplos setores sociais do país, inclusive a representação sindical de seus trabalhadores em educação.

É importante também que as instituições do país julguem a violência empregada contra as manifestações ocorridas nos últimos dias, de modo que os abusos cometidos pelas forças policiais não fiquem sem a devida apuração e punição.

O Brasil vive até os dias de hoje os efeitos provocados pelo golpe institucional, que aqui também contou com a participação de seu Congresso Nacional, quando em 2016 a ex-Presidenta Dilma Rousseff foi destituída do cargo que legitimamente ocupava. A nossa torcida para que o Peru e sua classe trabalhadora não padeçam do mesmo mal sofrido por nosso país. Toda solidariedade ao povo peruano e, em especial, aos seus trabalhadores em educação, representados pelo SUTEP, entidade irmã desta CNTE/Brasil. Os golpes políticos em nosso continente não devem mais prosperar!

Brasília, 16 de novembro de 2020

Direção Executiva da CNTE