Educadoras estão em grupamento onde mulheres recebem 30% menos que homens

A diferença salarial entre mulheres e homens que exercem a mesma atividade é flagrante também na educação. De acordo com o Boletim Especial 8 de março 2023 – “As dificuldades das mulheres chefes de família no mercado de trabalho”, do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), no grupamento educação, saúde e serviços sociais, as mulheres têm rendimentos médios 32% menores do que os recebidos pelos homens.

Segundo o estudo, no mesmo grupamento, as mulheres representam 75% dos ocupados. No recorte “rendimento médio e escolaridade/nível superior” – onde está a maioria das professoras e orientadoras educacionais da Educação Básica do DF –, mulheres recebem, em média R$ 4.063 enquanto homens têm salário de R$ 6.331. No total, a diferença é de R$ 2.268, mais que um salário mínimo e meio.

“No DF, o Sinpro fez uma luta pela carreira única. Nesse momento, nós influenciamos, enquanto categoria e sindicato, para brecar essa desigualdade entre homens e mulheres aqui na nossa região. Ainda assim, percebemos que há quantidade maior de homens que de mulheres em espaços de gestão no segmento da educação e, consequentemente, diferença salarial, onde o homem têm maiores remunerações”, afirma a coordenadora do Sinpro-DF Mônica Caldeira.

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Violência

A cada dia, três mulheres são assassinadas no Brasil pelo simples fato de serem mulheres. No DF, até o dia 2 de março deste ano, pelo menos oito mulheres tiveram suas vidas brutalmente tiradas por companheiros ou ex-companheiros. Dos 18 feminicídios realizados no DF em 2018, estavam professoras da rede pública de ensino.

O feminicídio é o mais alto gral de violência contra a mulher. Mas há várias outras formas de agredi-las que também adoecem e podem matar. Essas violências são praticadas também dentro das escolas.

A pesquisa “Mulheres e violência”, realizada pelo Sinpro-DF em 2021, mostra que 60% das professoras avalia que a comunicação direta com a família e com os próprios estudantes são situações que trazem maior insegurança.

Pelo estudo, 10% das professoras nunca se sente segura para ter conversas particulares com as famílias ou com os(as) estudantes e 47% diz que raramente sente segurança para se comunicar.

Outro ambiente de insegurança apontado pelas professoras é aquele em que a professora precisa dar a sua opinião e se posicionar, como, por exemplo, na Sala dos Professores e das Professoras. 46% das professoras disse que somente às vezes sente segurança e tranquilidade para falar e expressar opiniões diante dos colegas.

Outro dado importante mostra que 38% das professoras afirmou que não é sempre que se sente respeitada pelos estudantes, e 30% disse que, raramente, se sente segura no local de trabalho.

O estudo foi realizado com 1.553 professoras da rede pública de ensino do DF.

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