Educação indígena ainda é precária nas escolas do Brasil

O índio Bororo Felix Adugoenau, professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), disse que a educação indígena nas escolas brasileiras ainda é muito precária. Ele um dos painelistas da tarde de hoje na reunião dos Povos Indígenas, que acontece no Actuall Hotel, em Belo Horizonte, dentro das atividades que precedem o IV Encontro do Movimento Pedagógico Latino-Americano.
Educadores indígenas e não índios do Brasil e países latino-americanos estão socializando as experiências das políticas educacionais locais para construção de uma pauta de luta com os pontos semelhantes que atendam a educação dos povos originários da América Latina.
Durante o painel “A realidade dos povos indígenas no Brasil”, Félix Adugoenua explicou que apesar de existir legislação no país para implantação da educação indígena a realidade nos municípios e estados são bem diferentes. “Temos estados e municípios sem educação indígena por falta de regulamentação da lei e interesse das secretarias estaduais e municipais de educação”, ressaltou.
Felix lembrou que muito do que Paulo Freire disse por meio da Pedagogia do Oprimido acontece atualmente nas aldeias. “Ainda somos muitos colonizados e hoje nossos irmãos indígenas seguem a cartilha que oprime nosso povo, que é ainda pior”, observou lembrando o educador símbolo da educação libertadora no Brasil.
O evento continua nesta terça-feira com os trabalhos em grupos que vão discutir os desafios das populações indígenas para a educação com o apoio da organização sindical.