Educação antirracista começa no chão da escola
O racismo é uma patologia discriminatória entre seres humanos fundamentada em diferenças fenotípicas, e a luta contra esta patologia deve partir da identificação dos nossos próprios preconceitos, trabalhando ativamente na sua desconstrução. Para o Sinpro, este processo deve ter início no chão da escola e a Secretaria de Assuntos de Raça e Sexualidade do sindicato tem lutado diariamente contra todo tipo de racismo estrutural dentro da nossa categoria, promovendo uma educação antirracista nas escolas públicas do Distrito Federal.
Dentre os projetos promovido pelo Sinpro está a Circuito de Debates Antirracistas nas Escolas com o objetivo de propor uma educação antirracista, com a construção de uma educação diversa, plural e equânime para as relações étnico-raciais. O sindicato defende uma educação inclusiva e libertária, transformando a escola um lugar amoroso, de afetos e de respeito. “Quando a conscientização antirracista é realizada na Educação Básica, todos(as) ganham, e o País também, porque a escola terá formado homens e mulheres mais afetuosos, respeitosos e tolerantes e menos pessoas preconceituosas. Tudo isso produz uma sociedade melhor, com equidade racial”, destaca o diretor do Sinpro Carlos Fernandes.
O Circuito Permanente de Debates Antirracistas é outro projeto implantado pelo Sinpro nas escolas da rede. Durante as atividades, realizadas com professores(as) e orientadores(as) educacionais, é trabalhada a história do povo afro-brasileiro a partir da visão do povo negro e não da visão europeia que sempre foi colocada, ou seja, a visão do opressor, mas com enfoque na visão do oprimido, em todas as colaborações do povo negro, não resumido à culinária ou à questão folclórica, mas na riqueza cultural deixada pelo povo negro na construção do nosso país.
No dia 11 de setembro, professores(as) e orientadores(as) educacionais do Recanto das Emas participaram do projeto, que traz como princípios o Incentivo ao estudo da história africana e afrobrasileira nas escolas; compreensão dos(as) professores(as) sobre racismo estrutural e suas ramificações, de forma que possa alcançar a sala de aula; adesão às práticas do dia a dia que levem à reflexão do papel socioideológico da escola; debate com os pais/mães e responsáveis no processo de conscientização racial oferecida nas escolas; promoção de projetos que tenham potencial para se tornarem políticas públicas permanentes, referenciadas em valorização da cultura negra e seus agentes mais destacados; e no combate ao racismo do dia a dia, com conscientização.
Para a coordenadora da Secretaria de Raça e Sexualidade do Sinpro Márcia Gilda, os resultados estão sendo extremamente visíveis para todas as pessoas que não só dão as aulas, mas também para os pais e para a própria população, que sentem os efeitos deste projeto no aspecto de compreensão do que é o racismo estrutural e práticas do seu dia a dia. “O primeiro conceito básico é o professor, a escola entender que a gente vive numa sociedade racista e que precisamos desconstruir o mito da democracia racial. Quando a gente tem esse mito de que todos somos iguais, a gente não resolve o problema do racismo, que é estrutural na nossa sociedade, ele é estrutural, ele é institucional. A nossa sociedade foi construída em cima desse racismo que desumanizou os corpos negros, que deixou para o povo negro o lugar da subalternidade, então se a gente não desconstrói esse racismo estrutural, a visão do outro para o negro sempre será esse lugar da subalternidade”, analisa.
Para solicitar a realização do projeto Educação Antirracista, a escola deve ligar ou enviar e-mail para Márcia Gilda (61) 99952-2117/marcia@sinprodf.org.br; Carlos Fernandez (61) 99656-9333/kafernandez@sinprodf.org.br; e Ana Cristina Machado (61) 99961-2875/anacristina@sinprodf.org.br. Os(as) interessados(as) também podem falar diretamente com o(a) diretor(a) do Sinpro que visita sua escola ou ligar no telefone (61) 3343-4200 e pedir para falar com a Secretaria para Assuntos de Raça e Sexualidade.
MATÉRIAS EM LIBRAS