Diretoria do Sinpro repudia ofensas proferidas por prefeita de cidade baiana que zombou de professores

A ignorância e o desrespeito ocupam lugar em várias frentes e mentes, até mesmo naquelas que deveriam ser exemplo para a sociedade. Na última terça-feira (02) a prefeita Juliana Araújo (PL), da cidade baiana de Morro de Chapéu, mostrou total desconhecimento e desprezo para com os(as) educadores(as), ao dizer, durante uma live, que “vocês, professores, que estavam acostumados a ficar em sala de aula, com os alunos pequenos, não dando aula, só lamento por vocês. Vocês vão ter que trabalhar. Porque a vida mansa acabou”.

Após ser duramente criticada nas redes sociais, a prefeita tentou se defender argumentando que havia sido vítima de Fake News, desculpa totalmente descabida e esfarrapada. A fala da gestora municipal escancara não somente a falta de consideração com aqueles(as) que levam o conhecimento para as futuras gerações, mas, também, a total desconexão com a realidade do magistério.

Os(as) professores(as) e orientadores(as) educacionais convivem com um histórico processo de desvalorização, com carreiras pouco atraentes, sobretudo em relação aos(às) demais servidores(as) públicos(as) com mesmo nível de escolaridade, além da violência e das condições precárias de trabalho na maioria das escolas. Estes, inclusive, são alguns dos principais motivos que continuam afugentando os atuais profissionais e a juventude da profissão. Associa-se a estes pontos o crescente adoecimento da categoria e a falta de prioridade de vários governos para com a educação. Apesar disto, não fugimos das nossas responsabilidades e lutamos diariamente por uma educação de qualidade e acessível para todos.

Pela fala proferida, é ciente que a educação não é prioridade no governo de Juliana Araújo, mas convidamos a prefeita a refletir sobre a importância do segmento para o crescimento do município gerido por ela, assim como do Brasil em geral. A educação, prefeita, precisa ser um dos vetores do progresso social, com escola igual para todos, uma educação pública de qualidade para crianças, jovens e adultos, estrutura adequada para se ensinar, dentre outros fatores que carecem de cuidado e atenção.

Chamar professores(as) de ‘vida mansa’ é assinar um atestado de desconhecimento, ignorância e incompetência, pois se a rotina dos(as) educadores(as) fosse do teu conhecimento e da tua ciência, dificilmente falaria tal coisa. É importante salientar, prefeita, que professores(as) de ensino infantil perfazem um longo caminho antes de entrarem em sala de aula, elaborando com criatividade os conhecimentos teóricos e críticos que serão repassados aos(às) alunos(as); a construção de uma aula respaldada em contextos históricos, sociais e culturais; sem falar de ensinar com amor e dedicação mesmo diante da falta de estrutura adequada e de número suficiente de educadores(as) por sala de aula.

A educação deve ser uma prioridade de qualquer governo, quer seja ele de esquerda, centro ou de direita, pois é ela a principal ferramenta para trazer progresso e riqueza para um país. O Sinpro repudia quaisquer tipos de ofensas proferidas aos(às) educadores, pois são eles(as) os(as) responsáveis pela instrução de todo brasileiro e ponte imprescindível para que muitos(as) tenham acesso a todos os tipos de profissões, dentre elas a de gestores públicos, exemplo do cargo ocupado por você, prefeita Juliana Araújo.

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