Diretoria do Sinpro-DF repudia declarações preconceituosas do candidato Alberto Fraga, do DEM

Não é a primeira vez que o deputado federal e candidato do DEM ao Palácio do Buriti, Alberto Fraga, expõe sua agressividade, seu caráter belicoso, violento e preconceituoso. Antes de usar a frase homofóbica para desqualificar o juiz Fábio Francisco Esteves, da Vara Criminal e do Tribunal do Júri do Núcleo Bandeirante, que o condenou a 4 anos, 2 meses e 20 dias de prisão em regime semiaberto, além de 14 dias-multa, pelo recebimento de vantagem indevida quando era secretário de Transportes do Distrito Federal, em 2008, Fraga havia ofendido mulheres, negros(as), LGBT.
Em maio de 2015, por exemplo, numa sessão no Plenário da Câmara dos Deputados, o parlamentar disse que mulher que “bate como homem, tem que apanhar como homem também”(SIC). Nessa época, o coronel da reserva da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) era presidente regional do DEM e fez a afirmação em um dos microfones do Plenário para humilhar e ofender a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que havia ameaçado denunciar o deputado federal Roberto Freire (PPS-SP) ao Conselho de Ética da Casa por agressão física.
Na semana passada, Fraga voltou a ofender a população LGBT. A declaração homofóbica de Fraga foi dita durante um compromisso de campanha no comitê central, no Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA), na quinta-feira (27/9). O candidato criticou a decisão tomada pela Justiça que, na opinião dele, aconteceu rápido demais. “Fui condenado sim, por um juiz ativista LGBT. Disseram para eu não falar isso, mas eu tive que falar. Porque deve ser por isso que houve essa pressa de condenar”, discursou o candidato.
A diretoria colegiada do Sinpro-DF repudia todo tipo de intolerância e atitudes anti-democráticas. No entendimento das lideranças sindicais do movimento docente do DF, um indivíduo que não consegue respeitar todos os setores e segmentos de uma sociedade não tem condição emocional e técnica para administrar um município, uma unidade da Federação, um país.
“Faltam seis dias para as eleições e o que nos inquieta é a emergência de pessoas politicamente despreparadas, moralmente incapacitadas e tecnicamente inaptas na disputa de cargos de comando, como o de governador do DF e o de Presidente da República, que exigem, antes de tudo, respeito e empatia. A nossa preocupação é a de ver uma pessoa com essas características negativas chegar a ser eleita porque irá administrar com tirania, segregação, perseguição, repressão, autoritarismo e outras formas de exclusão social. Uma gestão pública de um indivíduo como esse perfil irá impactar terrivelmente na qualidade da educação pública e gratuita”, alerta.
As declarações do candidato do DEM foram repudiadas também pela Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público (Frentas) – representante de nove entidades formadas por cerca de 40 mil juízes e membros do Ministério público – que, em nota, afirmou ter havido desrespeito não só à autoridade judicial, mas preconceito e intolerância.  No texto, a Frentas reconhece que a “discordância de decisões judiciais é compreensível e democrática, mas a ofensa pessoal a um juiz ultrapassa essa esfera e revela a incapacidade de convívio institucional e o desrespeito à Constituição de 1988, da qual provém a legitimidade para exercer qualquer cargo público, seja no Judiciário, no Legislativo ou no Executivo”.