Diretoria da CNTE se reúne com embaixadora do México
Nesta terça-feira (12), a diretoria da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) esteve na embaixada do México, em Brasília, para uma audiência com a embaixadora do México, Beatriz Paredes.
O objetivo do encontro foi exigir que o governo mexicano esclareça o desaparecimento dos 43 estudantes no estado de Guerrero, no México, em 2014, caso até hoje sem solução por parte do governo do México. Além de cobrar justiça e penalidades aos responsáveis pelos 6 manifestantes mortos e os mais de 150 feridos pela polícia, no dia 19 de junho deste ano, em repressão à um protesto feito pelos professores de Oaxaca, estado do sul mexicano.
De acordo com a Secretária de Relações Internacionais e vice-presidente da IEAL, Fátima Silva, além de cobrar esclarecimentos e justiça sobre os casos citados, a CNTE ponderou com a embaixadora, que é necessário que o governo mexicano aja com respeito e dialogue com todas as partes envolvidas. Ou seja, profissionais e entidades com opiniões contrárias e a favor das reformas neoliberais, que vem ocorrendo na educação do México.
As dificuldades enfrentadas pelos educadores mexicanos foram também denunciadas no Encontro Pedagógico Latino-Americano, realizado em Belo Horizonte, nos últimos dias 7 e 8 de julho, pela doutora Gabriela Vasquez, professora do programa de Pós-Graduação de Estudos Latino-Americamos da UACM (Universidade Autônoma da Cidade do México), e o professor José Antonio Altamirano Ojeda, dirigente da Coordinadora Nacional de Trabajadores de La Educación do México, em Oaxaca.
A doutora Vazquez expôs o esvaziamento do magistério provocado pela Reforma Educativa imposta aos educadores mexicanos pelo governo do presidente Enrique Peña Nieto. Num sistema que não investe nada no magistério, os professores são culpabilizados pela má qualidade da educação com apoio da grande mídia que está à serviço dos governantes.
O professor Ojeda, concentrou sua exposição em explicar como o movimento sindical tem feito o enfrentamento, utilizando a presença constante nas ruas, fazendo protestos para exigir a revogação do que é imposto aos professores, especialmente a avaliação obrigatória do magistério incluída na reforma educacional de 2013. Ele utilizou o espaço para denunciar as condições precárias dos professores mexicanos, que resultaram, nos últimos anos, em numerosos conflitos.
Ao final da audiência, o Secretário de Governação do México, Miguel Ángel Osorio Chong, falou sobre um diálogo que ocorreu, hoje 12/6, com os educadores e que resultou num cronograma de mesas de trabalhos com os professores e o governo mexicano, que serão realizados em três vertentes política, educativa e social. A primeira mesa política será no dia 13 de julho; no dia 19 de julho será realizada a mesa Educativa, e no dia 21 de julho, a mesa de Caráter Social. Veja documento divulgado pela embaixada do México sobre a reunião.
Diante da barbárie que ocorreu na mobilização dos professores mexicanos no dia 19 de junho, a CNTE divulgou uma Moção de Repúdio, logo após a divulgação dos fatos, apelando à toda a comunidade de ensino, estudantes e a sociedade em geral, para mostrar sua rejeição ao ocorrido e exigir justiça para as vítimas. Leia a moção na íntegra.
Estiveram presentes na embaixada, o presidente da CNTE e vice-presidente mundial da Internacional da Educação, Roberto Franklin de Leão, a Secretária Geral, Marta Vanelli, a Secretária de Relações Internacionais e vice-presidente da IEAL, Fátima Silva e o Secretário de Funcionários, Edmílson Lamparina. Além da diretora do Sindicato dos Professores no Distrito Federal – Sinpro (DF), Rosilene Corrêa.