Diretoria lamenta falecimento da professora Regina Vinhaes

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A diretoria colegiada do Sinpro-DF lamenta e comunica, com pesar, o falecimento da professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (FE/UnB), Regina Vinhaes Grancindo. Ela faleceu, na manhã desta quinta-feira (19), em decorrência de uma doença degenerativa progressiva. O velório será realizado nesta sexta-feira (20), a partir das 12h, na Capela 3, do Cemitério Campo da Esperança, Plano Piloto. O enterro será às 15h.
Regina é considerada um dos ícones da gestão democrática da educação pública no Brasil. Estudiosa dessa temática, ela foi diretora da FE/UnB. Na gestão dela na FE foi criado o doutorado em educação. Por onde a professora passou deixou uma transformação positiva. A professora da FE/UnB e ex-secretária de Mulher do governo Agnelo Queiroz (PT) (2010-2014), Olgamir Amância, diz que foi a primeira orientanda de Regina nesse doutorado. Quando foi secretária de Educação do Governo do Distrito Federal (GDF), durante o mandato do ex-governador Agnelo Queiroz, Regina assegurou a gestão democrática nas escolas públicas e gratuitas do Distrito Federal.
Marxista, a professora dedicou-se à pesquisa no campo da gestão democrática. Defendia não só a gestão democrática da escola, mas também a do sistema de ensino. Afirmava que esse modelo de gestão teria de ser casado com a democratização do acesso ao ensino. Ela era uma das maiores defensoras da educação pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada.
Os estudos e a luta da professora Regina foram fundamentais para o fortalecimento dos Conselhos Escolares do país durante o governo do ex-presidente Lula. Um das obras mais citadas de Regina Vinhaes é o livro “O dito, o escrito e o feito”. Nessa obra, ela analisa os partidos políticos em relação à educação.
“A marca dela foi a defesa da escola pública e democrática. Regina dizia que não havia como atuar na realidade sem transformá-la  para melhor. Ela era movida por esse desejo de colocar, por onde passava, algo muito melhor no lugar daquilo que estava lá”, afirma Olgamir Amância. Amiga de Regina, Olgamir conta que um dos poucos projetos de Regina não realizados foi o Projeto da Escola do Cerrado.
Regina foi conselheira do Conselho Nacional de Educação, durante o governo do ex-presidente Lula, e dirigente das principais entidades nacionais de pesquisa em educação, como a Associação Nacional de Política e Administração da Educação (ANPAE) e a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped).
Todavia, nenhuma dessas ocupações a tornaram mais importante do que como a mestra e formadora acadêmica dos (as) professores (as) da rede pública de ensino do DF. Apaixonada pela educação, ela ingressou na UnB para o curso de direito. Porém, quando a instituição criou a FE, ofereceu aos estudantes da época a oportunidade de cursarem educação. Regina abandonou o curso de direito e dedicou a sua vida à pesquisa em educação. “Ela dizia que havia feito uma opção de vida”, conta Olgamir. Não são poucos os (as) estudantes que se tornaram professores (as) na rede pública de ensino após experimentarem da fonte de conhecimento da professora Regina Vinhaes.