Dilma cita planos para Educação e diz que Janine no MEC é ‘feliz novidade’
Chamando o filósofo e professor Renato Janine Ribeiro de “feliz novidade”, a presidenta Dilma Rousseff aproveitou a solenidade que o empossou como novo ministro da Educação, realizada nesta segunda-feira (6), para fazer a defesa dos programas do governo voltados para a área e deixar claro: mesmo com o ajuste fiscal, não haverá redução de recursos para as chamadas “necessidades estruturais” do ministério.
Dentre estas necessidades, Dilma destacou o aumento da alfabetização de crianças, incremento de atividades de ensino em tempo integral, expansão do Pronatec (programa voltado para a realização de cursos técnicos) com ênfase para o chamado jovem aprendiz e renovação do Fies, o fundo de financiamento de estudantes no ensino superior (com regras modificadas há poucas semanas e que, por isso, foi objeto de críticas por estudantes e universidades).
A presidenta, ao falar sobre a Educação, fez mais uma vez a defesa da Petrobras, uma vez que é do Pré-Sal que sairá boa parte dos recursos previstos nos próximos anos para a área, conforme estabelece a lei referente ao compartilhamento dos royalties do petróleo. “O Plano Nacional de Educação estabelece um cronograma de investimentos que permitirão uma revolução no ensino nos próximos anos”, disse, ao acrescentar que, hoje, 27% da produção petrolífera do país já é extraída dos campos de Pré-Sal. “A luta pela recuperação da Petrobras é minha, do meu governo e de todo o povo brasileiro”.
‘Muitos desafios’
Dilma Rousseff também reconheceu que o professor Renato Janine Ribeiro assume uma pasta com muitos desafios pela frente e, dentre as inovações a serem feitas nos próximos anos no Ministério da Educação, apontou como os principais a qualificação do ensino básico, por meio da inclusão de uma base curricular mais integrada, professores e diretores de instituições de ensino mais bem preparados – com ampliação da formação oferecida a estes profissionais – e, por fim, estímulo ao uso de tecnologias voltadas para melhoramento da formação.
“Quem poderia ser o mais indicado para comandar todo esse processo de transformação da nossa Educação que um professor e um pensador como é Renato Janine?”, indagou, enfatizando que “não faltará ao novo ministro competência e dedicação”.
Ao fazer uma espécie de retrospectiva sobre os principais feitos do seu último governo, Dilma Rousseff lembrou a instituição de 208 campus para ensino federal e as ações focadas para a interiorização da Educação no Brasil. “Para nós, a Educação sempre teve dupla função: amoldar uma república democrática e soberana e preparar o país para o grande desafio de crescimento e inovação tecnológica. É como pátria educadora que o país será uma nação desenvolvida e ao mesmo tempo, justa com o seu povo”, destacou.
Política educacional
A presidenta também agradeceu o apoio e a colaboração do ex-ministro Cid Gomes durante o período em que esteve no cargo e lembrou a inspiração de educadores como Paulo Freire, Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro, dentre outros, para a execução deste trabalho com vistas a melhorar a política educacional no país.
A posse de Renato Janine Ribeiro foi marcada pela presença de reitores de diversas universidades, governadores, parlamentares e demais ministros do Executivo. A expectativa é de que a posse do novo ministro, respeitadíssimo na academia, passe a ser vista como um aceno para reabertura de diálogo entre o governo e os intelectuais. Sobretudo, porque suas ideias na área da Educação sempre foram consideradas tudo o que se espera da atual gestão da presidenta: ele defende currículos mais abertos, que estimulem a criatividade dos estudantes e costuma destacar em suas entrevistas que a educação “não termina nunca, nem no último dia do ensino profissional nem com a conclusão do curso superior”.
Filósofo, professor de ética e filosofia da Universidade de São Paulo (USP), Renato Janine Ribeiro é autor de 18 livros e prega uma associação cada vez maior entre Educação e Cultura. Em artigo recente, poucos dias antes de ser convidado para o cargo, ele pregou que a Educação precisa se “culturalizar”, deixando de seguir currículos rígidos e para se tornar cada vez “mais prazerosa e criativa”.
(Da Rede Brasil Atual)