25 de julho | Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e Dia Nacional de Tereza de Benguela

O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha é celebrado em 25 de julho, e existe para visibilizar as especificidades das condições, das demandas e das lutas das mulheres negras. O feminismo negro é fundamental para entender o continente, afinal, elas representam uma parcela significativa da população. No Brasil, por exemplo, mais da metade das mulheres se reivindicam pretas ou pardas.

As mulheres negras são a maior parte da população que vive em situação de pobreza, violência, ausência de direitos e de políticas públicas no mundo. Junto a isso, elas são vítimas de estereótipos, preconceitos e abordagens pejorativas: seu corpo é, de um lado tratado com extrema erotização, e de outro, colocado para a execução de serviços que o restante da sociedade não quer cumprir.

Nesse contexto, a coordenadora da Secretaria de Mulheres do Sinpro-DF, Berê Darc, destaca a importância do 25 de julho: “É pra responder a uma história de opressão e de marginalização que os movimentos de mulheres negras se organizam para analisar, propor e lutar. É a luta que transforma as relações sociais, políticas, culturais e econômicas”, aponta Berê. “Hoje, conquistamos um Ministério da Igualdade Racial liderado por uma mulher, construindo as políticas que o movimento vem elaborando há décadas. Na educação, hoje vemos mulheres negras como grandes referências, sendo estudadas nas escolas e universidades, como Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro e Conceição Evaristo, entre muitas outras”, finaliza.

 

 

Origens

O primeiro Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas começou nessa data em Santo Domingo, na República Dominicana, em 1992. O evento contou com cerca de 400 participantes de 32 países diferentes.

Desse encontro, nasceu a Rede de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, que lutou junto à Organização das Nações Unidas (ONU) para que o dia 25 de julho fosse reconhecido como o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.

No Brasil, 25 de julho também é o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra – instituído pela então presidenta Dilma Rousseff em 2014, pela Lei 12.987.

Tereza de Benguela foi uma das mais importantes lideranças no enfrentamento à escravidão no Brasil. Viveu no século XVIII e liderou mais de cem pessoas no Quilombo Quariterê, que ficava próximo da fronteira com a Bolívia. O quilombo resistiu por mais de duas décadas.

É importante jogar luzes sobre essas personagens históricas, porque combater o racismo passa por enfrentar o apagamento das mulheres negras, na história e na atualidade! Tanto as meninas negras quanto toda a população precisam ter essas referências e conhecer o papel que elas cumpriram e cumprem.

“Das coisas lindas da luta é ver o trabalho, o legado de mulheres pretas sendo valorizado, saindo das margens para o interior, o conteúdo, o norte das discussões, engrandecidas por suas pesquisas, vivências sociais, envolvimento com a cultura, com a educação, com o progresso”, celebra Regina Célia, diretora da Secretaria de Mulheres do Sinpro. “O caminho e a caminhada não são fáceis, nunca foram, mas poder contar com esse tipo de movimento organizacional, voltado para mulheres negras, latinas, caribenhas, do mundo, faz muita diferença, afinal, como dizem, nenhuma de nós voltará para as senzalas, nem física e nem social. E a luta, o movimento, a celebração do dia, é para que essa liberdade, esse reconhecimento, alcance cada vez mais as outras de nós”, completa ela.

 

Conferência

Mulheres do Distrito Federal se reúnem para as Conferências Regionais de Políticas para as Mulheres dias 26 e 27 de julho (sábado e domingo), em Ceilândia, Gama e Sobradinho. As conferências são um importante espaço de discussão para a construção de políticas públicas voltadas a todas as mulheres. O Sinpro convida professoras e orientadoras educacionais para se somarem à atividade.

 

 

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