Depois do massacre, comandante da PM do Paraná pede exoneração

O governo do Paraná divulgou nota nesta quinta-feira (7) na qual comunica que o comandante-geral da Polícia Militar (PM) do estado, coronel Cesar Vinicius Kogut, pediu exoneração do cargo. Depois de coordenar o massacre contra os professores na quarta-feira (29), Kogut alegou dificuldades administrativas com a Secretaria de Segurança Pública ao entregar o pedido ao governador Beto Richa.
 

Kogut deixou claro, ao pedir exoneração, que todas as ações contra os professores foram planejadas e aprovadas pelo secretário Francischini

Kogut e o secretário de Segurança, Fernando Francischini, vinham se desentendendo publicamente sobre os procedimentos adotados pela PM paranaense nos protestos de professores que resultaram em mais de 200 feridos na última semana. Em entrevista à imprensa após o episódio, Francischini classificou de “lamentável” a violência contra os manifestantes e responsabilizou indiretamente o comandante da PM.
“Não tem justificativa. Nós lamentamos. As imagens são terríveis. Nunca se imaginava que um confronto como esse terminasse de maneira tão lastimável, com as imagens que nós vimos. Vamos ouvir quem comandou a operação, quem deus as ordens para que fossem executadas as medidas de contenção”, disse Francischini
Nesta quarta-feira (6), foi a vez de Kogut enviar carta ao governador Beto Richa em resposta às declarações do secretário. “Não se pode admitir, em respeito à tradição da Polícia Militar do Paraná, seus oficiais e praças, que seja atribuída a tão nobre corporação a pecha de irresponsável e leviana”, dizia o documento que era também assinado por 15 coronéis da PM.
Kogut afirma ainda que todas as ações, extremamente violentas, foram executadas seguindo um plano de operação elaborado e aprovado pelo escalão superior da Secretaria de Segurança Pública. O militar deixou claro ainda que durante a operação o secretário foi informado de todos os desdobramentos em tempo real.
Diante do impasse com o secretário, o comandante apresentou o pedido de exoneração nesta quinta-feira (7). O governo paranaense anunciou que o coronel Carlos Alberto Bührer Moreira, atualmente chefe do Estado-Maior da PM, assumirá interinamente o cargo.
(Do Portal Vermelho)