Defesa do ensino público e 8M marcam visita da Internacional da Educação à Argentina

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Foto: Internacional da Educação

Nesta semana, uma comitiva da Internacional da Educação (IE) e da Internacional da Educação América Latina (IEAL), entidades as quais a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) é filiada, estiveram em Buenos Aires, na Argentina, onde cumpriram uma agenda intensa.

A viagem contou com a visita ao presidente da República da Argentina, Alberto Fernández, que recebeu os representantes na Casa Rosada. Na ocasião, Fernández afirmou que a educação pública é essencial para que um país possa atingir uma escala social ascendente e que uma nação se desenvolve quando os que o habitam melhoram as suas condições de vida. “A Argentina tem uma história de respeito pela educação pública e de atenção à educação”, disse o presidente, lembrando que o ex-presidente, Juan Domingo Perón, tornou a universidade gratuita no país.

 

Educação em tempos de pandemia

De acordo com a vice-presidente da Internacional da Educação América Latina, Fátima Silva, a Argentina, que tem como presidente da República um professor universitário, se destacou pelo tratamento diferenciado que deu para a educação no período da pandemia, momento em que o governo fez negociações com os professores, por meio do sindicato, ao atender questões relacionadas à demanda de internet e de equipamentos para os estudantes, por exemplo.

Durante a visita, a comitiva também conversou com Fernández sobre o Congresso Mundial da Internacional da Educação, que irá ocorrer em Buenos Aires, no dia 24 de julho. Além disso, também foi pauta o encontro que a Organização das Nações Unidas (ONU) fará para todos os chefes de Estado, cuja participação da Internacional da Educação ocorrerá de forma ativa, e que irá abordar a educação no mundo endêmico. “Nós estamos encarregados de convidar governos que, de fato, trabalham pela educação para participar também dessa cumpre que as Nações Unidas vão realizar, e que a Internacional da Educação tem todo o interesse, pois é preciso tratar a educação no pós-pandemia de modo diferente ao que foi tratado até agora”, defendeu Fátima.

Para o secretário-geral da Internacional da Educação, David Edwards, o Congresso será realizado na Argentina porque o país tem importante papel em matéria de educação internacional. Por sua vez, o coordenador regional principal da Internacional da Educação América Latina, Combertty Rodríguez, destacou a importância do evento. “Comprometemo-nos a agradecer a este governo por seu compromisso com os setores sociais e as políticas educacionais”, afirmou.

 

8 de Março

A visita à Argentina contou com a participação ativa da comitiva no 8 de Março nas ruas. Segundo Fátima Silva, participar do 8M é reivindicar políticas de Estado para as mulheres, desde a atenção à saúde ao combate à violência, bem como do trabalho digno a remunerações iguais entre homens e mulheres. “Devemos ter mulheres participativas nos núcleos das organizações sindicais, bem como ocupando os postos diretivos. As mulheres tem que estar nos espaços de decisão, nos partidos políticos, nos governos e ministérios de educação. As mulheres devem estar incorporadas em todos os espaços de poder”, defendeu.

 

Homenagem a Paulo Freire

A comitiva também visitou o Ministério da Educação, o único no mundo que tem em sua sala de entrada principal uma escultura, aprovada por lei no Congresso Nacional, em homenagem a Paulo Freire.

“Foi uma oportunidade que tivemos para agradecer o ministro da Educação da Argentina, Jaime Perczyk, por essa homenagem ao Patrono da Educação Brasileira no centenário de Paulo Freire”, explicou Fátima.

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Foto: Internacional da Educação

A obra foi elaborada pelos artistas Oscar de Bueno e Javier Vazquez, com assessoria técnica de Sebastian Terrazas. Veja a seguir o vídeo que mostra o processo de produção da escultura – clique para assistir:

 

Internacional da Educação

A Internacional da Educação tem 383 organizações membros, representando mais de 32 milhões de professores e pessoal de apoio à educação em 178 países e territórios ao redor do mundo.

Entre seus principais objetivos estão a defesa da educação gratuita, de qualidade e com financiamento público, e a promoção e desenvolvimento de organizações democráticas independentes que representem professores e trabalhadores da educação para criar laços de solidariedade e cooperação entre eles e as instituições.

Fizeram parte da comitiva que visitou a Argentina o vice-presidente da Internacional da Educação, Roberto Leão, a vice-presidente da Internacional da Educação América Latina, Fátima Silva, o secretário-geral da Internacional da Educação, David Edwards, e o coordenador regional principal da Internacional da Educação América Latina, Combertty Rodríguez.

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Foto: Internacional da Educação

Fonte: CNTE