CUT ingressa com mandado de segurança no STF para poder entrar no Congresso Nacional nesta terça (11)
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) Brasil teve de ingressar com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para obter a garantia constitucional de livre acesso ao Senado Federal e à Câmara dos Deputados nesta terça-feira (11). O Supremo, por sua vez, acatou em parte e atendeu o pleito da Central pela metade, permitindo a entrada somente dos integrantes da diretoria executiva da CUT e deixou de fora todas as demais representações sindicais e qualquer outra pessoa que queira se manifestar contra a reforma trabalhista que será votada no Plenário do Senado nesta terça.
Agora, para entrar na Casa do Povo, o povo terá de submeter ao humor da polícia legislativa e da Polícia Militar. “A CUT e todos os movimentos sociais do Brasil estão com o acesso ao Congresso Nacional proibido. É praticamente impossível adentrá-lo após o golpe de Estado porque os parlamentares estão aprovando uma agenda negativa contra os/as trabalhadores/as e, por isso, para impedir o acesso do povo, eles praticamente montaram trincheiras lá dentro”, denuncia Ismael José Costa, membro da direção executiva da CUT.
Essa atitude dos parlamentares, segundo ele, levou a direção da Central a entrar com um mandado de segurança com salvo conduto para que todos os membros da direção da CUT pudessem adentrar o Congresso Nacional.
“Após o golpe, intensificaram a criminalização dos movimentos sociais e puseram uma agenda negativa em curso no Parlamento brasileiro e proíbem o acesso dos movimentos sociais e da classe trabalhadora ao Congresso Nacional, o que nos obrigou a entrar com o mandado de segurança no STF para garantir que ao menos a direção da CUT pudesse ter acesso às galerias e ao Plenário”, diz o sindicalista. Ele também lembra que, enquanto os parlamentares proíbem o acesso dos/as trabalhadores/as à Casa do Povo, abrem largamente as portas da instituição para quem irá fazer os lobbies para os donos do capital e em nome de empresas, bancos, interesses privados.
“Os lobistas do mercado financeiro e das seguradoras de previdência privada – que financiaram campanhas eleitorais de boa parte dos parlamentares porque têm interesse e pressionam para a reforma da Previdência – e os lobistas do empresariado devedor do Fisco Nacional e do INSS, os quais também financiaram campanhas eleitorais e que pressionam para a reforma trabalhista circulam livremente dentro do Congresso Nacional”, comenta.
Ismael considera importante lembrar que a criminalização dos movimentos sociais e a agenda negativa em curso são duas atitudes do governo golpista e dos parlamentares comprometidos com o empresariado interessado na retirada de direitos e com o mercado financeiro e que é isso que proíbe o acesso dos trabalhadores ao Congresso Nacional.
Ele diz que foi justamente isso que levou a CUT a entrar com esse mandado de segurança para assegurar o acesso às galerias e ao Plenário. E alerta à classe trabalhadora que, independentemente de quem ocupe a cadeira presidencial, o que ocorre hoje no Congresso Nacional está diretamente relacionado com as exigências do mercado financeiro que financiou campanhas eleitorais para obter vantagens no Estado brasileiro.
“Na realidade, na nossa opinião, são as regras que mercado que definem a ação do Congresso Nacional. Esse ser invisível, que é o mercado, mas que sabemos que tem nome, sobrenome e endereço, que tem grandes interesses internacionais do grande empresariado. Quem decide sobre essa agenda negativa no Congresso Nacional é o mercado, sobretudo, o mercado financeiro. Ou seja, essa agenda neoliberal é imposta no Congresso Nacional, por isso, os maiores responsáveis por essa situação são os deputados federais e senadores comprometidos com essa agenda. Podemos afirmar categoricamente que há um bando de picaretas comprometido com o grande capital legislando no Congresso Nacional a favor do mercado financeiro impondo essa agenda ao país”, finaliza.
Ele convoca os/as trabalhadores/as do Distrito Federal a comparecer nas manifestações agendadas pela CUT para esta terça-feira 11/7 e conclama a todos e todas a pressionarem os deputados a votarem contra a reforma trabalhista.
Confira, a seguir, os prejuízos que cada trabalhador/a terá caso esta reforma seja aprovada e transformada em lei.
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