CUT Brasília promove o primeiro encontro do ano do Coletivo LGBTI

Com a chegada da extrema-direita ao poder e o consequente avanço do conservadorismo no país, o Coletivo LBGTI da CUT Brasília se reúne no próximo dia 23 para debater estratégias de enfrentamento e de resistência ao cenário imposto. A atividade acontece a partir das 9h, no auditório Adelino Cassis, na sede da Central.

O Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF), por meio da Secretaria de Assuntos de Raça e Sexualidade, convida todos(as) professores(as) e orientadores(as) a se somarem neste importante debate. “É fundamental que todos e todas se engajem nesta luta para construirmos juntos o enfrentamento aos retrocessos impostos, não apenas ao público LGBTI, mas toda a classe trabalhadora. Participem”, conclamou a diretora da pasta Letícia Montandon.

O encontro nacional aconteceu em novembro do ano passado, em São Paulo, e reuniu representantes de todo o país. Nos próximos meses, as plenárias ocorrerão nos estados, onde serão debatidos temas diversos de interesse do grupo, focando nas peculiaridades locais.

Um importante assunto que será discutido no encontro é a inclusão do indivíduo LGBTI no mercado de trabalho. De acordo com estudo realizado pela empresa de recrutamento e seleção Elancers, cerca de 20% das empresas no Brasil ainda resistem em contratar gays, lésbicas, travestis e transexuais em razão da sua orientação sexual e de identidade de gênero. Outras 7% não contratariam homossexuais em nenhuma hipótese, e 11% só contratariam se o candidato não ocupasse cargos de níveis superiores. Foram entrevistados 10 mil empregadores em todo o país.

Para Edson Ivo, do Sindicato dos Bancários de Brasília, que participou do encontro nacional, “vivemos tempos nos quais teremos que voltar a nos defender do conservadorismo dogmático”. Ele explica que, atualmente, vivencia-se o discurso LGBTIfóbico como um padrão e uma espécie de característica nacional. Para Ivo, no âmbito distrital, esse tipo de manifestação é ainda mais evidente, o que evidencia a necessidade urgente de mobilização.

“E cada dia que não nos colocamos à frente da luta é um dia a mais que o discurso conservador avança, nos empurrando para os precipícios e armários. Faz-se necessário nos reunirmos, elencarmos necessidades, elegermos prioridades e criarmos métodos. São detalhes importantes nessa caminhada, que eu espero que se torne uma corrida o mais rápido possível”, disse.

“A CUT valoriza todas as questões da comunidade LBGTI. Nós, enquanto uma Central comprometida com o trabalhador, precisamos compreender a classe trabalhadora em sua pluralidade. Com esse Coletivo, pretendemos dar visibilidade à comunidade, manter os direitos conquistados e garantir avanços significativos”, disse o secretário de Políticas Públicas da CUT Brasília, e diretor do Sinpro-DF Yuri Soares.

Fonte: CUT Brasília