CUT Brasília: 36 anos em defesa da classe trabalhadora

Em meio à Ditadura Militar, a luta pela liberdade de expressão e pelo respeito aos direitos da classe trabalhadora entoavam pelos quatro cantos do país. Foi diante deste cenário que no dia 28 de agosto de 1983 a Central Única dos Trabalhadores (CUT) iniciava sua trajetória. Na capital federal, a CUT Brasília dava início à sua história um ano depois, nos dias 7 e 8 de julho de 1984.

A Escola Santa Dorotéia, localizada na Quadra 911 Norte, recebeu dezenas de sindicalistas para o 1º Congresso Estadual da Classe Trabalhadora (1º Ceclat-DF), evento que fundou a Central no Distrito Federal. O Congresso recebeu a inscrição de 146 delegados representando 15 sindicatos ligados a várias categorias, dentre elas a dos Jornalistas, Arquitetos, Vigilantes, Domésticas, Nutricionistas, Economistas, Engenheiros, Assistentes Sociais, Gráficos, Médicos, Enfermeiros, Orientadores e Formadores Profissionais, Auxiliares de Administração Escolar, Professores e Servidores.

A fundação da CUT Brasília foi fruto de uma ampla mobilização sindical/social iniciada no final da década de 70, um processo de aguerrido enfrentamento popular – com vistas à redemocratização do país – que levou a ditadura militar a dar os primeiros sinais de enfraquecimento. À época, as principais reivindicações dos(as) trabalhadores(as) eram o fim da política econômica do governo; liberdade e autonomia sindical; salário-desemprego; estabilidade no emprego; reforma agrária sob o controle dos trabalhadores; eleições livres e diretas, já; e fim do regime militar.

Segundo o documento que assinala a fundação da CUT Brasília, “a criação da CUT-DF significa um passo concreto no processo de consolidação da nossa Central Única e deve significar também a união de um maior número de companheiros na luta intransigente pela defesa de nossas reivindicações e no combate ao desatrelamento dos nossos sindicatos. Assim estaremos construindo nossa organização de base, democrática e de luta”.

Passadas três décadas e meia, a CUT Brasília mantém a luta pela organização da classe trabalhadora e, principalmente, pelo respeito aos direitos destes(as) trabalhadores(as), que são responsáveis pelo crescimento do Brasil.

Desde sua construção, a CUT responde à necessidade de organizar os trabalhadores em suas lutas concretas por melhores salários, por melhores transportes, por condições dignas de habitação, por liberdade e autonomia sindicais.

Para o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto, ao fazer 36 anos neste 28 de agosto, a CUT se depara com desafios semelhantes aos apresentados na sua fundação, em 1983. “O desemprego em escala sem precedente, a ausência de políticas públicas, o ataque às mulheres, homossexuais, indígenas, quilombolas e tantas representações do nosso país; o ataque à organização sindical e aos sindicalistas. Paralelamente, o fortalecimento dos laços do governo brasileiro com os Estados Unidos e uma ampla aliança com gigantes do mercado se reconstroem e trazem de volta os mais temidos ventos de quem lutou pela redemocratização do Brasil”, comenta o sindicalista, ressaltando que hoje, 36 anos depois, se faz necessário fortalecer esse tripé e mostrar que fomos forjados na luta. “Não vamos permitir retrocesso. Não vamos permitir que o maior líder da classe trabalhadora, o presidente Lula, continue sendo um preso político. Não vamos permitir que atropelem a democracia em nome da ganância. Não vamos permitir que nos calem. É tempo de coragem! E não há nada mais corajoso que resistir em tempos de ódio e retrocesso!”, finaliza Rodrigo.

Em sua história, a CUT Brasília teve como primeiro presidente Chico Vigilante (1984 – 1990) e um professor ocupando a presidência da Central – Rejane Pitanga (2006 – 2010).

Parabéns à Central Única dos Trabalhadores e parabéns à luta de cada um que faz da CUT uma central em defesa de todos e todas.

 

Confira aqui um artigo escrito por Rodrigo Britto: http://www.cutbrasilia.org.br/site/2019/08/28/artigo-a-esperanca-deve-ser-o-pilar-da-nossa-luta-em-defesa-da-democracia/