Covid-19 – 600 mil mortes: Uma marca que não nos orgulha

Enquanto a grande parte do mundo desacelera no número de mortes decorrentes da Covid-19, o Brasil alcança uma marca que não traz qualquer tipo de orgulho ou comemoração: 600 mil óbitos. Esta marca é resultado do descaso, da falta de respeito com a vida, da ausência de políticas públicas e sanitárias de combate ao novo Coronavírus e, principalmente, do total desleixo com uma pandemia que, se combatida da maneira correta e na hora certa, teria salvado milhares de vidas.

Desde o início da pandemia, em março de 2020, o presidente Jair Bolsonaro tratou a Covid-19 como uma simples gripezinha. O sintoma, porém, progrediu para uma onda de desilusão e desespero que, hoje, chega a mais de meio milhão de brasileiros(as) vítimas de um governo genocida, de um governo que ao desdenhar de uma pauta tão séria, empurrou tantos brasileiros e brasileiras para a fila do desespero, do sofrimento e da morte.

É verdade que o número de vítimas do vírus diminuiu, fruto da campanha de vacinação, mas mesmo diante da imunização, o Brasil ainda é o 3º país com a maior média diária de novas mortes, atrás apenas de Estados Unidos e Rússia. Além disto, ocupamos o nada honroso primeiro lugar entre os países que mais registraram vítimas da pandemia em 2021 no mundo: já foram registradas 405 mil mortes por Covid-19 neste ano, mais do que Estados Unidos e Índia e quase o mesmo que todos os 27 países da União Europeia somados. São posições que reforçam o sofrimento que o brasileiro passa por quase dois anos.

Temos, hoje 69% da população vacinada com ao menos uma dose, e 45% totalmente imunizada, índice que nos deixa longe da imunização de rebanho. No sentido contrário, a Dinamarca, com mais de 90% da população totalmente imunizada, liberou a população de usar máscaras, abriu totalmente o comércio e as atividades culturais, inclusive com aglomeração, estão funcionando a todo vapor.

Para se ter uma ideia do atraso vacinal, no contexto mundial nós estamos em 59º no ranking proporcional (que leva em consideração o número de doses aplicadas em relação à população), com 113 doses aplicadas a cada 100 habitantes. Em termos relativos, estamos atrás de países como Cuba (190), Uruguai (181), Chile (170), El Salvador (119), Panamá (119), Equador (116) e Argentina (115).

Para o diretor do Sinpro Cláudio Antunes, a vacinação e os cuidados sanitários são nossas únicas saídas. “O Sinpro lançou a campanha Xô, Covid – Vacina logo!, que vem justamente reforçar a importância da imunização. Precisamos incentivar as pessoas mais próximas a se vacinarem. Os professores têm um papel fundamental neste processo, com a vacinação dos estudantes. Vacinados, estes jovens podem levar os pais, mães, avós, parentes e amigos a tomar a mesma atitude, aumentando ainda mais a meta de chegar à imunização de rebanho. Precisamos entender que a vacina salva vidas, e é isto que importa neste momento”, salienta.

A diretoria colegiada do Sinpro lamenta cada uma das mortes decorrentes da Covid-19 e luta, diariamente, pela vacinação de todos e todas e pelo direito à vida.

 
 

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