Contra intolerância e por igualdade de direitos, CUT cria Coletivo LGBT
A CUT Brasília deu um grande passo nesta terça-feira (11) para a formação sindical e para a luta contra a intolerância e a discriminação, lançando o Coletivo LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, travestis e intersexuais). A organização do segmento vem com a proposta de realização de cursos de formação tratando de questões como preconceito social, ataques homofóbicos, que resultam em altos índices de mortes de gays, saúde LGBT e desigualdade de oportunidades no mundo do trabalho e na sociedade.
O primeiro encontro contou com a presença de representantes sindicais, como os dos Sindicatos dos Comerciários (Sindicom) e dos Professores (Sinpro DF), além de dirigentes nacionais como Ismael José e do presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto. Participaram também representantes dos grupos ELOS, Basta Homofobia, Rede Afro e Cores.
Entre as questões debatidas estiveram a conjuntura política, com a instalação de um governo golpista apoiado fortemente pelos setores conservadores, sexistas e homofóbicos, que promovem retrocessos econômicos, políticos e sociais, atingindo especialmente a classe trabalhadora e o movimento LGBT. Exemplo desse retrocesso é o cancelamento do nome social, aquele por meio do qual pessoas que não se identificam com seu gênero preferem ser chamadas. Deputados de dez legendas, todas vinculados ao golpe, protocolaram um Pedido de Decreto Legislativo (PDC) para suspender o ato de Dilma que, atendendo antiga luta do segmento, reconhece os nomes sociais de travestis e transexuais, por exemplo, no serviço público.
“A ideia é debater a intolerância e a discriminação na sociedade como um todo. Por isso é importante também oferecer cursos de formação política para que os trabalhadores, especialmente os jovens, estejam inteirados dos seus direitos e deveres perante a sociedade, fazendo com que estejam estimulados a lutar contra os retrocessos, defendam a igualdade de direitos e convivam e respeitem as diferenças. Na atual conjuntura, o debate, a formação e a conscientização são fundamentais, pois os direitos mais afetados com ataques do governo golpista são os dos movimentos sociais, como o LGBT”, explica o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto.
Durante o encontro, o representante da CUT nacional, Ismael José, propôs a construção de um encontro dos secretários estaduais de Políticas Sociais, para levar essa discussão para âmbito nacional.
Um próximo encontro já está programado para o fim de julho. Como lição de casa, os participantes ficaram de reunir material para discussão, convocar mais dirigentes e militantes sindicais e convidar pessoas que tenham domínio do assunto. Uma programação de cursos, com datas, temas e palestrantes, será definida no próximo encontro.