Comunidade escolar do Zilda Arns irá realizar ato público unificado contra violência nesta quarta (05)

Todos juntos contra a violência nas escolas. Assembleia no CEF Zilda Arns, em 19 de junho de 2017

 
O Sinpro-DF, a comunidade escolar do CEF Zilda Arns, todos os Centros de Ensino Fundamental (CEF) e Centros de Ensino Médio (CEM) da Coordenação Regional de Ensino (CRE) de Itapoã e Paranoá, bem como lideranças comunitárias das duas regiões administrativas, realizarão um ato público unificado nesta quarta-feira (5), para denunciar e repudiar a violência nas escolas das duas cidades. A concentração será às 8h30, em frente ao Centro de Ensino Fundamental (CEF) Zilda Arns, na Quadra 378, de Itapoã.
Em seguida, haverá uma passeata até o Ginásio Central de Itapoã com a realização de uma grande aula pública cidadã e momento cultural com participação interativa dos estudantes de todos os CEFs e CEMs da CRE.  A atividade foi aprovada no dia 19 de junho04, em Assembleia realizada com a comunidade escolar do CEF Zilda Arns, uma semana após o assassinato do estudante Gidenilton Ribeiro Lacerda, dentro de uma sala de aula da instituição.
Segundo informações da Polícia Militar, um homem encapuzado entrou na escola, no dia 13 de junho, e atirou três vezes na vítima, que estava sentada nas carteiras da frente. O suspeito fugiu em uma Parati prata.
Os participantes da Assembleia discutiram a ausência do poder público nas comunidades mais fragilizadas socialmente e apontaram a falta de políticas públicas de segurança em todas as escolas, sobretudo, nas situadas nessas áreas, como um dos principais fatores do alto índice de violência que vem exterminando a juventude pobre dos bairros mais periféricos.
A comunidade reivindica a retomada do Batalhão Escolar para prevenir essa violência, com policiais qualificados e capacitados a atuarem especificamente nas escolas, principalmente nas mais de 100 escolas noturnas das regiões administrativas socialmente mais vulneráveis. No entendimento da comunidade, o Batalhão Escolar deverá adotar uma ação preventiva e não efetuar um policiamento repressivo, ostensivo e grotesco.
Na avaliação dos participantes da Assembleia, o assassinato do estudante Gidenilton é resultado da falta de políticas públicas para regiões econômica e socialmente mais vulneráveis, do sucateamento intensivo das instituições que, hoje, sobrevivem precariamente com falta de contratação de mão de obra para atuar nas várias áreas. A falta de pessoal afeta a qualidade do atendimento em todos os aparelhos e setores públicos, como na educação, na segurança e na saúde.
No caso da educação, há grande falta professores, orientadores educacionais, vigias, porteiros entre outros profissionais que atuam na escola a fim de proporcionar o bom atendimento ao público, que paga caro para ter serviços públicos de qualidade.
“Vivemos um momento de crise social intensa ensejada e fortalecida pelos governos neoliberais que retiram o Estado dos principais serviços públicos com o objetivo de privatizá-los. Precisamos unificar nossas pautas em defesa de uma educação pública, laica, democrática, gratuita e com qualidade socialmente referenciada”, afirma Luciana Custódio, diretoria de Formação Sindical do Sinpro-DF.
Ela lembra que “é importante toda a categoria e todas as comunidades escolares estarem atentas e na luta por uma sociedade mais justa, menos desigual, menos violenta”. E considera a escola um local que “reflete um modelo de sociedade, daí, casos de violência ocorridos no interior das escolas precisarem de ser debatidos e enfrentados extramuros e extraclasse, uma vez que essa luta só será bem-sucedida se for desenvolvida coletivamente”, finaliza.
Fotos da Assembleia, nessa segunda (19)
Crédito: Arquivo do Sinpro-DF/Ecom