Começou hoje (25) o processo pedagógico-eleitoral do grêmio do CEF Polivante

Estudantes do CEF Polivalente durante projeto pedagógico-eleitoral, em 2010
Estudantes do CEF Polivalente durante projeto pedagógico-eleitoral, em 2010

Iniciou nesta segunda-feira (25) e vai até quarta-feira (27) o prazo para inscrição das chapas que vão concorrer às eleições do grêmio estudantil do Centro de Ensino Fundamental (CEF) Polivalente, na W4 Sul. O Regimento Interno do pleito indica que a eleição está prevista para ocorrer no dia 17 de setembro. Os 1.100 estudantes do 6º ao 9º ano da escola vão eleger a nova diretoria do grêmio estudantil para o próximo quadriênio.
A disputa entre aos 34 partidos (turmas) já começou e as regras são claras: somente estudantes Ficha Limpa podem disputar aos cargos eletivos. Trata-se da segunda edição do Projeto Eleições 2014 e o Exercício da Cidadania. A primeira foi realizada em 2010, durante as eleições gerais brasileiras. Este ano, os estudantes eleitos em 2010 terminam o mandato e dão lugar a outros diretores. O projeto apresenta uma proposta pedagógica que visa a envolver os/as estudantes em uma eleição e, com isso, levá-los/as a “compreender a necessidade que todo cidadão tem de exercitar e de participar do processo de escolha de seus representantes de forma crítica e consciente”.
Tem também outros objetivos, como, por exemplo, os de levar os estudantes a conhecer o processo histórico das eleições do Brasil e de Brasília, identificar os principais candidatos às eleições 2014 e conhecer suas propostas; conhecer características fundamentais das eleições, construindo a noção de identidade nacional; conhecer o processo de formação da estrutura política do Distrito Federal; pesquisar e identifica a divisão dos três poderes; compreender a cidadania como participação social e política; pesquisar e conhecer a história do Tribunal Superior Eleitoral (TSE); contribuir para aumentar a participação dos alunos nas decisões da escola; compreender a importância da escolha correta do seu representante.
Enfim, o projeto enreda o/a estudante em vários procedimentos didático-pedagógicos a fim de que conheçam e compreendam o significado e a importância, para o grêmio e a escola, de ser um/uma aluno/a ficha limpa e, por sua vez, um/uma político/a ficha limpa para o Brasil. É uma forma lúdica que a diretoria, os professores e as professoras encontraram de ensiná-los, na prática, o que é cidadania e a importância do momento histórico, do processo eleitoral e da democracia participativa.
Estudantes votando na eleição didático-pedagógica, em 2010

“É uma maneira de eles exercitarem a cidadania, afinal, a eleição do grêmio segue as mesmas exigências das eleições gerais e ocorre no mesmo ano delas justamente para trabalharmos a cidadania na prática, favorecendo o crescimento estudantil. Para se candidatar, o estudante tem de ser ficha limpa. Ou seja, não pode ter tido nenhuma infração às regras da escola. Se tiver alguma ocorrência, como suspensão, advertência, qualquer indisciplina, não poderá ser eleito/a”, esclarece Cleber Santos, diretor da escola.
A ideia é fazer o/a estudante sentir na pele a importância de ter responsabilidade na vida e, sobretudo, na hora de votar e de eleger os políticos para o Brasil. “Um pai de aluno veio aqui na semana passar reclamar que o filho estava aborrecido porque não podia concorrer em razão de ser um ficha suja. Explicamos como ocorre o processo e ele disse que as regras eram muito duras e que o filho iria ficar com autoestima baixa por causa disso. Chamamos atenção do pai para esse pensamento, afinal, o filho infringiu as regras da escola”, disse o diretor.
Santos explica que os/as docentes ensinam como constituir um partido político, formar uma chapa, realizar uma campanha. “Orientam sobre os papeis do político e advertem que não devem prometer coisas que não vão cumprir, explicando para eles o que é demagogia. Mostram que o voto é uma ato importante e sério, por isso, deve ser bem pensado. Os/as estudantes, por sua vez, têm o trabalho acadêmico de ler e pesquisar sobre o tema. O processo também tem a preocupação de ensinar o aluno a ser sério, que deve pensar duas vezes antes de cometer uma infração às regras de convivência na escola, e, sobretudo, ensina-o/a a convencer o colega de que ele ou ela (o/a candidato/a) é um bom aluno”, informa.
Envolvidos no processo iniciado entre os dias 11 e 14 de agosto, com a apresentação do projeto aos corpos discente e docente, os alunos estão mobilizados. Muitos procuram a Comissão de Ética para justificar as infrações e tentar “limpar” sua ficha. O grêmio tem nove cargos na diretoria, além da suplência. Segundo a estrutura estabelecida, o presidente deve ser da 8ª Série; o vice e o secretário geral, da 7ª; o primeiro secretário, da 6ª; os diretores de Esporte, Cultura e Saúde e Meio Ambiente, da 5ª; e os diretores Social e de Imprensa, da 6ª.