Classe trabalhadora vai às ruas por emprego, renda e contra a carestia

Depois das manifestações antidemocráticas do 7 de Setembro e da tentativa de mobilização do dia 12 de setembro pelo grupo que adota a falaciosa terceira via, volta às ruas, mais uma vez, quem sempre lutou pelo Brasil e pelo povo brasileiro: a classe trabalhadora. Unificada com todas as forças democráticas, seja do campo artístico, organizações da sociedade civil ou partidos políticos, a CUT chama para o ato Fora Bolsonaro no dia 2 de outubro. No DF, a concentração para a atividade será às 15h30, no Museu Nacional.

Para o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues, o ato do dia 2 de outubro tem potencial para definir os rumos do Brasil. “O que aconteceu no dia 12 não se pode chamar de ato em defesa do Brasil. A manifestação foi organizada com quem apoia os mesmos projetos antipovo do governo Bolsonaro e apresentou novamente o mesmo ódio irracional contra o PT que ajudou a garantir que tivéssemos um fascista na presidência da República. Dia 2 de outubro vamos para as ruas com nossas bandeiras, com quem não suporta mais a conjuntura e quer Fora Bolsonaro. Somos muitos, de muitos setores, e temos uma pauta sólida por emprego, renda e contra a carestia. Essa unidade democrática tem potencial de mudar os rumos no Brasil”, avalia.

Segundo ele, os episódios recentes que indicam o desgaste do governo Bolsonaro não garantem qualquer restabelecimento de uma proposta de governo que tenha como foco o resgate dos direitos e da democracia.

“Não podemos menosprezar completamente as ações do 7 de Setembro. Elas não foram o que Bolsonaro esperava, mas também não foram insignificantes. Esse é um grupo que segue existindo, que vai manter ações assustadoras e que sustenta uma direita raivosa que vai espernear nas próximas eleições. Depois de um suposto recuo, Bolsonaro parece ter perdido alguns seguidores. Mas esses seguidores não se tornarão forças democráticas. E é aquela história: com o manejo adequado, o vaqueiro consegue se aproximar do gado. Cabe a nós, classe trabalhadora, forças democráticas, resgatarmos o Brasil do povo, com Fora Bolsonaro”, alerta o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues.

A organização do ato reforça que manifestantes devem cumprir os protocolos de segurança sanitária, com distanciamento, utilização de máscara PFF2 e álcool em gel.

Educação nas ruas
Estratégica para o fortalecimento da democracia, a Educação é um dos setores mais atingidos pelo governo Jair Bolsonaro. Além da drástica retirada de verbas para o setor, avançou também o projeto ideológico que coloca mordaça na Educação e, ao mesmo tempo, a torna mercadoria.

“Se somarmos o que foi vetado e o que foi bloqueado, perdemos no governo Bolsonaro quase R$ 5 bilhões só no Ministério da Educação. Isso sem falar no avanço de projetos que querem acabar com a educação pública para que este seja um serviço ainda mais rentável aos setores privados. Também não podemos nos esquecer de projetos que retiram a liberdade de cátedra, como o Escola Sem Partido, e das falas cruéis do ministro Milton Ribeiro, que segregam. Não há dúvidas de que professores e professoras, orientadores e orientadoras, estudantes, pais, mães e responsáveis devem estar nas ruas no dia 2 de outubro para dizer Fora Bolsonaro”, afirma a dirigente do Sinpro-DF Rosilene Corrêa.

Ela lembra ainda que as quase 600 mil mortes causadas pela covid-19 são resultado da ausência de políticas públicas do governo federal, que se recusou a comprar vacina para combater o vírus mais temido do século. Rosilene Corrêa afirma que trabalhadores da Educação foram um dos alvos prioritários do governo Bolsonaro.

“Em nenhum momento o governo Bolsonaro se preocupou com a vida de professores e professoras, de orientadores e orientadoras educacionais, como não se preocupou com a vida de ninguém que frequenta as escolas. Mesmo sem nenhuma condição sanitária, a ordem era de retorno presencial. Isso sem falar na ausência de políticas públicas que garantissem o mínimo para que a educação pudesse seguir na pandemia, como internet banda larga para alunos e professores, por exemplo. Isso resultou na privação de milhares de crianças e adolescentes do direito à educação”, avalia.

Levantamento da Agência Pública mostra que Jair Bolsonaro é recordista em pedidos de impeachment. “Ao todo, mais de 1550 pessoas e mais de 550 organizações assinaram pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Foram enviados 136 documentos ao presidente da Câmara dos Deputados, sendo 82 pedidos originais, 7 aditamentos e 47 pedidos duplicados. Até agora, apenas 6 pedidos foram arquivados ou desconsiderados. Os outros 130 aguardam análise”, aponta.