Cesta básica cresce 100% e auxílio-alimentação continua congelado

Está cada vez mais difícil resolver a equação compras de mês/remuneração mensal. A disparada dos preços foi iniciada em 2021 e acelerou neste ano. Em alguns casos, como o da cenoura, a alta passa os 80%. Frente a isso, professores(as) e orientadores(as) educacionais da rede pública de ensino no DF amargam oito anos sem reajuste no auxílio-alimentação.

O auxílio-alimentação da categoria é de R$ 394,50, mesmo valor registrado em 2014. Em comparação, o custo da cesta básica em maio daquele ano era de R$ 331,19, segundo do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Agora, os mesmos alimentos são comprados por R$ 670,98: um aumento de 102,5%.

“No carrinho de compra da nossa categoria cabe praticamente só a metade dos alimentos básicos para o mês. É uma política de fome”, avalia a diretora do Sinpro-DF Luciana Custódio.

A sindicalista lembra que a situação está insustentável, uma vez que os salários da categoria também não sofreram qualquer tipo de reajuste nos últimos sete anos.

“Há anos, estamos mostrando para o GDF a urgência da recomposição dos nossos salários, que também estão congelados. Já realizamos duas assembleias que tiveram este ponto como um dos principais para o debate. Com a unidade da nossa categoria, estamos abrindo caminhos, mas isso ainda não é suficiente. Precisamos fortalecer ainda mais nossa mobilização para garantirmos nossos direitos”, orienta a diretora do Sinpro.

De acordo com a Lei Complementar nº 840/2011, o reajuste do auxílio-alimentação devido a todos os servidores públicos do DF deve ser feito anualmente.

Ações
Resultado da atuação da comissão de negociação do Sinpro-DF, o GDF se comprometeu a realizar estudo de impacto financeiro sobre a incorporação da Gratificação de Atividade Pedagógica (Gaped) aos vencimentos. Essa seria uma das estratégias para alcançar a meta 17 do Plano Distrital de Educação (PDE), que garante isonomia salarial entre as carreiras de ensino superior do GDF.

Também há indicativo de regularizar, através de projeto a ser enviado para a Câmara Legislativa, a manutenção do pagamento dos valores referentes ao auxílio-saúde (que, pela lei vigente, deixaria de ser pago quando se criasse o GDF Saúde). Além disso, ainda este mês, deve ser encaminhada a ampliação da abrangência do GDF Saúde para nacional, sem aumento nas mensalidades.

Uma nova reunião entre a comissão de negociação do Sinpro-DF e o governador Ibaneis Rocha está agendada para esta semana.

Assembleia
Nova assembleia com paralisação dos(as) professores(as) e orientadores(as) educacionais está agendada para dia 27 de abril. A deliberação foi realizada na última assembleia da categoria, realizada no dia 24 de março. O encontro poderá ser antecipado, caso necessário.

Para dar sequência às lutas de 2022, a assembleia geral também aprovou calendário que inclui visitas a todas as escolas do DF (veja quadro abaixo).

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