CEM 02, de Planaltina, realiza debate sobre violência e desigualdade de gênero

 

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Vilmara Carmo, coordenadora da Secretaria de Assuntos e Políticas para Mulheres Educadoras do Sinpro-DF

Dez dias antes de a Lei Maria da Penha completar 10 anos, o Centro de Ensino Médio nº 02 (CEM 02), de Planaltina, realizou um dia de debate sobre o combate às violências de gênero. A Lei Maria da Penha completa 10 anos neste domingo (7/8). Idealizada pelo professor de sociologia Nilton Aguilar de Costa, a iniciativa, que durou o dia todo e foi realizada pela equipe da escola, envolveu a comunidade escolar em palestras, oficinas, atividades culturais e rodas de conversa.
“Apresentei o tema sobre gênero e sexualidade. A dinâmica mostrou a importância de a escola dedicar-se a atividades como esta em que se discute a violência de gênero. É fundamental a escola assumir esse papel, esse tipo de debate, e não deixar que a juventude fique à parte desse conteúdo”, afirma Vilmara Carmo, coordenadora da Secretaria para Assuntos e Políticas para Mulheres do Sinpro-DF.
A atividade ocorreu no dia 22 de julho, dois dias após o Sinpro-DF realizar a bem-sucedida Aula Cidadã, uma campanha contra a lei da mordaça nas escolas do DF. Se depender dos (as) professores (as), o projeto Escola sem Partido/Lei da Mordaça não sairá jamais do papel. A atividade do CEM 02 abordou as violências provocadas pela desigualdade de gênero e pelo machismo.
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Coordenadora pedagógica, Eliane Amorim; Nilton Aguilar; e diretora da escola, Sonara Liana

“O projeto desse evento surgiu após a grande demanda apresentada pelos (as) estudantes de debater a repercussão do estupro coletivo que aconteceu, no fim de maio, no Rio de Janeiro. Procurando realizar um trabalho mais abrangente e profundo do que o realizado continuamente em sala de aula, optamos por promover, na escola, um dita inteiro de debates sobre o machismo e as diversas formas de violência de gênero”, explicou o professor em nota da programação.
Houve oficinas de defesa pessoal para mulheres, baseadas nos princípios do Wendo, cineclube, psicodrama e palestra sobre feminismo, legislação, construção da masculinidade, questões raciais e deficiência, violência contra as mulheres e contra LGBTs. No Intervalo Cultural foram apresentados vídeos que problematizam as questões de gênero e o machismo, bem como uma apresentação musical. Nas Rodas de Conversa, a dinâmica foi abrir para uma conversa aberta sobre todos os temas relacionados às violências e desigualdades de gênero e ao machismo.
O tema escolhido para a atividade também demonstra a importância de a escola pública reafirmar a necessidade de ter em seu currículo escolar as disciplinas de sociologia e filosofia, ambas ameaçadas de extinção pelo projeto Escola sem Partido/Lei da Mordaça.
A atividade do CEM 02 ocorreu poucos dias após a deputada distrital Sandra Faraj (SD) interpelar, com base no projeto Escola sem Partido/Lei da Mordaça, o professor Deneir Meireles, do Centro Educacional nº 06 (CED 06), do Setor P Sul, Ceilândia, por ter ministrado aula com trabalhos extraclasse sobre o tema transversal da diversidade e gênero.
“Por iniciativa do professor de sociologia, Nilton, a escola conseguiu organizar um belíssimo evento. Ao trabalhar com os (as) estudantes essa temática, os (as) participantes apresentaram conceitos de acordo com o que é pesquisado na Academia. Apresentamos dados e indicadores sociais das relações entre as pessoas, os quais mostram como ocorrem as relações no país. Foi de uma riqueza muito grande. A comunidade também recebeu o debate com muito respeito e empenho, bem como os (as) professores (as) e a diretoria”, afirma Vilmara.
Créditos: ECOM
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