CED Myriam Ervilha se destaca no mundo das novas tecnologias digitais (vídeo)

Foto da estudante Gabriela Dourado 3°E
Professor Ciro, primeiro à esquerda e em pé, com estudantes do projeto posando para o Sinpro-DF. Foto da estudante Gabriela Dourado 3°E

 

 

“Os verdadeiros artistas criam coisas reais e que serão usadas […] Design não é apenas o que parece e o que se sente. Design é como funciona”. É nessa frase de Steve Jobs, megaempresário sócio-fundador da Apple, que o professor de artes Ciro Naum Rockert dos Santos, do Centro Educacional (CED) Myriam Ervilha, se inspirou para unir artes e informática e envolver mais de 80 estudantes do Ensino Médio na construção de novas tecnologias para facilitar a vida.

A experiência está registrada em vídeo-reportagem no canal do Sinpro-DF no YouTube e demais redes sociais (clique aqui). Essa experiência rendeu ganhos e fama à escola. Os(as) estudantes criaram diversos aplicativos para atender à população de Água Quente – lugarejo do Distrito Federal vinculado às Regiões Administrativas (RA) de Samambaia, Ceilândia e Recanto das Emas e prestes a se tornar uma RA –, e do município de Santo Antônio do Descoberto, Goiás.

Ciro entrou no Myriam Ervilha este ano. Adotou a metodologia de ensino baseado em desafio e criação de aplicativos e jogos. Em apenas 1 mês, ele lançou um desafio aos estudantes que é o de levá-los para a Apple e para a Google Play. Bastou isso para os estudantes se envolverem e criarem aplicativos inovadores, alguns já publicados. O resultado é que um dos aplicativos já está rodando em versão beta, de teste, na Google Play e na Apple Store.

Eles criaram 12 protótipos que estão prontos para ser apresentados e já estão sendo divulgados. Por causa desses apps, já participaram de vários eventos importantes de destaque no mundo das novas tecnologias, como, por exemplo, a Campus Party 2022. Dentre os apps desenvolvidos, destaque para o Run App (mototáxi); Tilary App (mobilidade urbana via carro, moto e entrega de produtos); Recipe Point (Pinterest da gastronomia com o melhor das receitas culinárias do Brasil e do mundo); Meu Cronograma (gerenciador de tempo e tarefas com opção de tabelinha mestrual e remédio se for mulher, água, refeição e treinos.

Também encararam o desafio de competir com apps já de sucesso no mundo, como o PlayDance (criado para ser superior ao TikTok por oferecer funcionalidades, edição e efeitos melhores); Pró-Vita (saúde via reeducação e controle alimentar); Young Wallet (carteira digital para  compra e venda de criptomoeda e NFT e  opção de ver lojas cadastradas que aceitam moedas digitais); HandMade (ajudar mulheres autônomas e artesãs via marketplace para publicar produtos feitos à mão, como roupas de crochê, bisquit,  bolsas, bolos , quadros, colares e joias em geral).

Os(as) estudantes do Myriam Ervilha buscaram inovar e apresentar app de inclusão social, como o Easy Libras (projeto de inclusão: tradutor de libras para texto e áudio. Chat para deficientes auditivos); Pente Fino (agenda virtual para cabelereiros, manicures, pedicuros e salões de beleza em geral); Padaria Delivery (entrega de pães quentinhos e produtos de padaria em casa); My Diary Drawing (plataforma para coleção de obras de arte ; portfolio online); mais um de jogo ainda sem nome.

Todas as turmas de 3º Ano se envolveram no Projeto de Aplicativos do CED Myriam Ervilha, do Projeto Escola Imersiva, cujo tema é Empreendedorismo na Rede Pública de Ensino, Criação de Startups, Aplicativos, Jogos e Arte em NFT.

“Queria que os terceiros anos já fossem preparados para as artes em design, em app design, em web design para o mercado de trabalho. Alguns alunos de 2º Ano quiseram participar e entraram na equipe e criaram o grupo intitulado i-Studentes NFT, que, por sua vez, criou arte em NFT, que é essa espécie de moeda digital, que pode trocar por dólar ou ethereum [moeda digital] e trocar depois por real e ter dinheiro, com o qual poderão sustentar o próprio aplicativo”, conta o professor.

Ciro disse que o grupo também criou a primeira coleção de NFT, parte do projeto, e já está indo para a segunda coleção agora. “No Projeto Escola Imersiva, estudantes do Myriam Ervilha criaram uma coleção de 10 NFT. Agora está sendo criada uma coleção de 12 obras e mais uma de 14”, disse.

NFT (Non-Fungible Token, em inglês) – significa token (símbolo, tradução literal) não fungível – são um tipo de arte digital comercializada na Internet. Trata-se também de um novo tipo de investimento no mercado de capitais que tem envolvido até mesmo celebridades. O cantor canadense Justin Bieber, por exemplo, comprou uma única NFT por R$ 6,9 milhões. O jogador de futebol Neymar também investiu no negócio e comprou a NFT dele também R$ 6 milhões.

Com uma longa experiência em criação de startups, Ciro aplicou o acúmulo de conhecimento adquirido na iniciativa privada no magistério público. “Em 2018, após assumir o concurso público, comecei a ensinar aos alunos de outra escola da rede pública na qual eu dava aula, a criação de jogos e aplicativos. Em 2019, melhorei isso e fui o primeiro professor da rede pública do DF a levar os alunos para a Apple Development Academy, a maior branding, maior marca, que tem no mundo, porque 80 alunos da Myriam Ervilha participaram da criação de 20 aplicativos. No entanto, apenas 40 alunos puderam ir por causa da limitação de oferta de ônibus e do espaço físico”, conta.

Quarenta estudantes criaram 20 aplicativos para resolver questões cotidianas da sociedade. “Adotei a aprendizagem baseada em desafios e mostrando os direitos sociais. Nas aulas, eu mostrava os seis direitos sociais contidos na Constituição e os estudantes seguiam esse princípio de criação, em proteção de lazer, moradia, transporte público, etc. Ou seja, criaram aplicativos que respondiam à pergunta: o que mais lhe incomoda na sociedade e na vida que você gostaria de resolver por meio de um aplicativo?”, explica Ciro.

 

Confira o vídeo-reportagem do projeto na íntegra a seguir: