Causa e consequência: PEC32 entra na pauta da Câmara
O resultado da eleição de uma bancada de deputados essencialmente conservadora e com reeleição de nomes que deliberadamente votam contra os interesses da classe trabalhadora não tardou a surgir.
Menos de 24 horas depois do resultado final das eleições de domingo, o atual (e, ao que tudo indica, futuro) presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) disse à Globonews que a casa volta a discutir na semana que vem a PEC32, a reforma administrativa, que corta direitos do funcionalismo público para precarizar os serviços e possibilitar indicação de nomes a cargos de muita importância para o bom funcionamento da administração do governo. É a principal plataforma de governo (sic) de Jair Bolsonaro, que está no segundo turno das eleições presidenciais disputando a reeleição contra Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT).
A votação da PEC32 havia saído da pauta da Câmara por dois motivos. O primeiro: a luta e o empenho de vários sindicatos e centrais sindicais, que fizeram incansáveis vigílias no Aeroporto de Brasília e em frente ao Anexo 2 da Câmara dos Deputados. O segundo: a lei está parada desde junho na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara, que analisa trecho sobre a inclusão de carreiras policiais no texto. Mas, como o texto já foi apreciado pela Comissão Especial, pode ir a Plenário a qualquer momento.
Lira foi bem claro em suas intenções. Disse à Globonews que o país elegeu no último domingo um Congresso “liberal, reformista, que vai dar andamento às pautas que o Brasil precisa”. Ele afirmou ainda que temas como a reforma tributária ainda tramitarão pelo Congresso.
Essa é a primeira consequência da reeleição de nomes conservadores para a Câmara. O slogan de campanha de Arthur Lira era: Arthur Lira é f*da.