Categoria decide pela manutenção do indicativo de greve

Professoras/es e orientadoras/es educacionais decidiram manter o indicativo de greve diante da insuficiência da atuação do Governo do Distrito Federal para mitigar o risco de contaminação e proliferação da covid-19 nas escolas públicas com o retorno presencial às aulas. A deliberação foi feita em assembleia virtual realizada nesta quarta-feira (11), por mais de 78% das/os participantes.

A assembleia ainda referendou a adesão da categoria do magistério público do DF ao Dia Nacional de Greve contra a Reforma Administrativa, agendado para 18 de agosto. Além disso, também foi reafirmada a realização de assembleia geral com indicativo de greve no dia 30 de agosto, prevista no Calendário de Alerta e Monitoramento aprovado na assembleia do último dia 30 de julho.

“Ainda estamos vivendo a pandemia, e o momento requer muita responsabilidade de todos nós. Aliás, responsabilidade é o que não falta à categoria desde o primeiro dia de pandemia”, disse a diretora do Sinpro-DF Rosilene Corrêa. Ao orientar a aprovação do encaminhamento da diretoria do Sinpro-DF, ela reforçou: “Não seria em um momento tão crítico como este que estamos vivendo que nosso Sindicato não reconheceria o que a categoria quer”.

No esforço de garantir condições adequadas para assegurar a saúde física e psíquica de quem frequenta as escolas em plena pandemia, Rosilene reforçou a importância do Comitê de Monitoramento de Retorno às Aulas Presenciais na Rede Pública de Ensino do Distrito Federal, criado pela Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC), da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), e integrado pelo Sinpro, OAB, Fiocruz e diversas organizações da sociedade civil. O mecanismo tem como objetivo verificar a oferta de estrutura, materiais e recursos humanos pelo GDF para o cumprimento dos protocolos de segurança nas unidades escolares. “É essencial que todas as pessoas que frequentam as escolas sejam fonte de informação do Comitê de Monitoramento”, disse a dirigente sindical.

A presidenta da CESC da Câmara Legislativa, deputada Arlete Sampaio (PT), participou da assembleia desta quarta-feira (11) e informou que a visitação do Comitê de Monitoramento às escolas iniciará nesta sexta-feira (13). “A ideia é dividir o grupo para que possamos ter vários agentes fazendo essas visitas e verificando se os protocolos de segurança sanitária estão sendo cumpridos nas escolas”, afirmou. Segundo a parlamentar, o Comitê se reunirá com a Secretaria de Educação na próxima quarta-feira, 18 de agosto. “Não basta estar vacinado. Normas de segurança sanitária precisam ser cumpridas”, ponderou a deputada.

Deputada Arlete Sampaio (PT)

 

Os relatos e as denúncias referentes à falta de cumprimento de protocolos de segurança nas escolas poderão ser feitos por qualquer membro da comunidade escolar. Para isso, basta acessar a linha direta com o Sinpro-DF pelo WhatsApp (61) 99959-0105 ou com a CESC/CLDF pelo o WhatsApp da (61) 98450-8155. Também é possível entrar em contato com o Comitê pelo e-mail cesc@cl.df.gov.br.

Negociações e luta em curso
No informe da Comissão de Negociação do Sinpro-DF realizado na assembleia desta quarta-feira (11), o diretor do Sindicato Cleber Soares foi categórico ao informar que “o processo de negociação com a Secretaria de Educação continua, e a luta também”. Segundo ele, o processo de retorno presencial às aulas vem sendo acompanhado e avaliado diariamente pelo Sinpro-DF e pela categoria, e todos os problemas e inseguranças levantadas nesse monitoramento, como falta de recursos humanos e materiais nas unidades escolares, estão sendo encaminhados à Secretaria de Educação. “Nesta sexta-feira (13), realizaremos mais uma reunião com a pasta para discutir as condições do retorno híbrido”, informou.

Luta contra a PEC 32
O povo brasileiro corre o risco de ser privado do direito à Educação e de outros serviços públicos. Além disso, servidores poderão sofrer uma série de prejuízos irreparáveis, como redução de direitos, fim da estabilidade empregatícia, perseguição política e impossibilidade de organização sindical. A ameaça está explícita na reforma administrativa, apresentada na PEC 32 (Proposta de Emenda à Constituição), em tramitação na Câmara dos Deputados. Para barrar o projeto, apresentado pelo governo Jair Bolsonaro, centrais sindicais, sindicatos e várias organizações civil realizarão no próximo 18 de agosto o Dia Nacional de Greve contra a Reforma Administrativa.

Na assembleia desta quarta-feira (11), o professor da rede pública de ensino do DF Rodrigo Rodrigues, presidente da CUT-DF (Central Única dos Trabalhadores do DF), lembrou que a reforma administrativa “acabará com concursos públicos e colocará apadrinhados do governo em cargos estratégicos dos diversos setores, gerando ainda mais corrupção”. Ele ainda ressaltou que “é falso que a reforma administrativa não atinge os atuais servidores”.

O presidente da CUT-DF convocou a categoria do magistério público a participar do esquenta para o Dia Nacional de Greve contra a Reforma Administrativa, que será realizado com panfletagem na Rodoviária do Plano Piloto, nesta quinta-feira (12), às 16h30. “Vamos conversar com a sociedade e mostrar os prejuízos irreparáveis que essa reforma traz ao povo do Brasil”, afirmou Rodrigo Rodrigues.

A participação de professoras/es e orientadoras/es educacionais no Dia Nacional de Greve contra a Reforma Administrativa defendida na fala da diretora do Sinpro-DF Meg Guimarães. “O dia 18 tem que ser abraçado por todos e todas nós. É fundamental que participemos do ato para mostrar nossa indignação e determinação em derrotar essa PEC, que representa o fim dos serviços públicos”, disse. “Temos que fechar as escolas e comparecer ao ato do dia 18. Precisamos de todos centrados contra a PEC 32”, completou a dirigente do Sinpro-DF Rosilene Corrêa.

Mais detalhes sobre o Dia Nacional de Greve contra a Reforma Administrativa serão divulgados em breve nos canais de comunicação do Sinpro-DF.

 
 

MATÉRIA EM LIBRAS