Cassação de Cunha inicia derrubada do golpismo
A cassação do deputado golpista Eduardo Cunha, envolvido até o pescoço em corrupção e lavagem de dinheiro, é apenas o pontapé inicial para o “Fora Temer e Fora golpistas”. Eles usurparam o governo e estão colocando o país na rota do caos social, com roubo de direitos e conquistas históricas dos trabalhadores, com entrega de estatais e das riquezas naturais do povo ao capital nacional e internacional, com desmonte do serviço público para todos.
Com essa definição, o presidente da CUT Brasília Rodrigo Britto sintetizou o sentimento geral de todos os que em Brasília e em todo o País exigiram “Fora Cunha” em manifestações realizadas no início da noite dessa segunda-feira (12). A pressão foi essencial para que a Câmara dos Deputados retomasse a sessão de cassação do mandato do ex-presidente da Casa, um dos artífices do processo fraudulento de impeachment de Dilma Roussef e representante-mor dos setores financiadores do golpe de Estado consumado no País.
Em Brasília, a CUT e as Frentes Brasil Popular e Brasil Sem Medo realizaram manifestação a partir das 18h, partindo do Museu Nacional até a frente do Congresso Nacional. O ato terminou por volta das 22h, pouco antes da votação na Câmara, que decidiu pela cassação do mandato por 450 votos favoráveis contra dez contrários e nove abstenções. Com a decisão do Plenário da Casa, que coloca fim ao processo de cassação mais longo da história do Conselho de Ética Câmara, Cunha perde também seus direitos políticos por oito anos e o direito a foro privilegiado. Com isso, os vários processos que tramitam contra ele no Supremo Tribunal Federal sobre a Operação Lava Jato serão julgados pela primeira instância.
O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, disse que “qualquer resultado que não fosse a cassação do Eduardo Cunha seria pavoroso para a história do país, uma vergonha. Foram levantadas contra o Cunha provas suficientes para que ele não só fosse cassado mas encaminhado ao Judiciário para ser preso”.
Para Freitas, “Cunha e Temer são a mesma coisa. Um não existe sem o outro. Ambos tiraram uma presidente eleita do poder, sem qualquer crime, apenas para acobertarem suas falcatruas, e vão pagar por isso. A saída do Cunha é o pontapé inicial para o ‘Fora Temer’”, finalizou.
Unidade
Em Brasília, o ato pelo “Fora Cunha” reuniu servidores públicos de vários estados do país acampados na capital federal, a juventude, integrantes de movimentos sociais e sindical que, juntos, pediram o fim do golpismo que tem objetivo claro de detonar com a classe trabalhadora e a sociedade em geral.
“Não pode parar! Daqui pra frente, é resistir e ocupar”, gritavam os manifestantes em frente ao espelho d’água doCongresso Nacional, em ritmo de samba.
Marcos Breda, dirigente do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense, adjetivou Cunha como “ladrão da Pátria brasileira” e disse que a luta continua. “Amanhã (nesta terça-feira), teremos na Câmara dos Deputados a votação que entrega o petróleo brasileiro às multinacionais (PL 4567/2016). Nós defendemos que o petróleo seja para a Saúde e Educação, e não podemos aceitar que ele seja entregue para as multinacionais, como quer o Serra, o Temer e todos os golpistas que tomaram o Brasil de assalto”, informa o petroleiro que participou da manifestação pelo “Fora Cunha”, nessa segunda-feira (12).
Vários atos foram realizados em todo o país na noite dessa segunda para pedir a saída de Cunha e do presidente Michel Temer e por eleições Diretas Já.
Caras de pau
Cunha, que já teve a maioria dos deputados federais como aliados, terminou cassado, com apenas dez fiéis defensores. Entre eles, Paulinho da Força (SD-SP), dirigente sindical golpista, e Marcos Feliciano (PSC-SP), citado em caso de tentativa de estupro. Além deles, votaram com Cunha Carlos Andrade (PHS-RR), Carlos Marun (PMDB-MS), Arthur Lira (PP-AL), João Carlos Bacelar (PR-BA), Wellington Roberto (PR-PB), Julia Marinho (PSC-PA), Dâmina Pereira (PSL-MG) e Jozi Araújo (PTN-AP).
O líder do governo Michel Temer na Câmara, André Moura (PSC-SE), foi um dos nove deputados que se absteve na votação. Também se abstiveram Rôney Nemer (PP) e Laerte Bessa (PR), ambos representantes do Distrito Federal.
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