Caminhada no Gama marca o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

O Conselho Tutelar do Gama realiza uma caminhada até a Escola Classe 06, a partir das 8h dessa quarta-feira (18). A atividade marca o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes e faz parte do Maio Laranja, exclusiva para lembrar a sociedade de proteger os(as) menores de idade contra abusos sexuais e todos os tipos de violências. A concentração será em frente ao Conselho Tutelar e após a caminhada serão realizadas apresentações temáticas com grupos de teatro.

Instituído pela Lei Federal nº 9.970, de 2000, o dia 18 de maio foi escolhido para o caso Aracelina memória nacional. Em 18 de maio de 1973, a menina de 8 anos de idade, Araceli Cabrera Sánchez Crespo, foi sequestrada, drogada, violentada física e sexualmente antes de ser assassinada. Seu corpo foi abandonado em terreno baldio, em Vitória-ES, e encontrado 6 dias depois desfigurado por ácido e com marcas de violência e abuso sexual. Esse crime continua impune. Seus agressores não foram responsabilizados nem punidos.

A impunidade marca o caso Araceli e outros que seguem sem o julgamento correto pela Justiça. Importante lembrar que, no mesmo ano do violento assassinato de Araceli, em setembro, outra barbárie semelhante aconteceu em Brasília, capital do País. A menina Ana Lídia Braga, de 7 anos, foi brutalmente morta por um crime com as mesmas características. “Neste pouquinho de tempo que você tirou para ler esta matéria, quantas Aracelis, Joanas, Patrícias, Alessandras, Marias, quantas Anas Lídias não estão sendo vítimas de abuso sexual e outras violências que rouba a infância de nossas crianças”, indaga a professora da rede pública de ensino do Distrito Federal, conselheira tutelar e coordenadora do Conselho Tutelar do Gama 1, Ana Maria Soares.

 

Campanha Maio Laranja

Especialistas alertam que 80% dos casos são registrados dentro de casa, cometidos por quem deveria proteger as crianças e os adolescente. Grande parte das vítimas são meninas. “Geralmente, o agressor é pai, padrasto, tio, avô”, completa Ana Maria. A conselheira pede para que todos atentem para a campanha Maio Laranja e se mobilize observando e denunciando. “Proteger as crianças e adolescentes não é dever somente do conselho tutelar. É uma responsabilidade de todos e todas, conforme preconiza o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Constituição Federal”, alerta.