Secretária do Meio Ambiente da CUT recebe prêmio Bertha Lutz do Senado
O Dia Internacional da Mulher, celebrado oficialmente em 8 de março, foi comemorado em sessão solene do Senado Federal esta semana. Durante a solenidade, foram premiadas as cinco vencedoras do Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz, concedido às mulheres de todo o país que tenham prestado relevantes serviços na defesa dos direitos femininos e em questões de gênero.
A secretária de Meio Ambiente da CUT e representante da Central na Contag, Carmen Foro, foi uma das cinco escolhidas pelo Senado Federal para receber o prêmio Bertha Lutz de 2010, sendo a primeira vez que uma trabalhadora rural recebe essa homenagem do Senado.
Carmen representa a luta das milhares de mulheres trabalhadoras rurais do campo e da floresta, espalhadas Brasil afora.
“Para mim que sou mulher do campo é um fudamental receber do Senado Federal um prêmio que contém um simbolismo histórico de quem foi Bertha Lutz, referência histórica na luta pelo direito ao voto. É muito significativo reconhecer uma trabalhadora rural por seu papel relevante na luta pelas mulheres. É uma conquista, mas não é uma conquista só minha, mas sim de todas as mulheres, porque eu sou apenas representante deste sentimernto e deste conjunto de articulação histórica e lutas históricas que as mulheres realizaram nesse país”, declara Carmen.
Um pouco da história de Carmen Foro:
Carmen Helena Ferreira Foro é filha de lavradores, nascida em 1966 na zona rural da cidade de Moju, na região de Tomé-Açu, nordeste do Pará. Aos quinze anos migrou com sua família para Igarapé Miri já na condição de agricultora familiar. Lá militou nas Comunidades Eclesiais de Base e no Sindicato de Trabalhadores Rurais, inicialmente na condição de dependente da inscrição sindical de seu pai.
No Sindicato emancipou a voz da mulher do campo e da floresta na mesma medida em que fez mais aguda a sua própria voz enquanto liderança. Em 1990 conquistou o direito a sua própria filiação sindical, para já, no ano seguinte, dirigir o sindicato. Cumprindo ciclos e avançando sempre, assumiu a presidência do sindicato, de forma interina, por oito meses, e tudo isso em menos de 2 anos de filiação efetiva ao sindicato.
Neste mesmo período, assumiu a coordenação sindical da região Tocantina, com abrangência em oito municípios, no Pará. Em 1996 chega à direção da CUT estadual e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do estado do Pará – Fetagri, assumindo a recém criada Secretaria de Mulheres Trabalhadoras Rurais e a de políticas sociais em seguida. Nessa época sua voz já era forte o suficiente para ser ouvida além dos igarapés.
Em 2003 chega a CUT nacional como voz autêntica do campo. Em 2005 chega a Contag – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, com a missão de coordenar uma verdadeira nação de mulheres do campo e da floresta. Em 2006 assumiu a vice-presidência da CUT, e mais uma vez cumprindo ciclos e avançando sempre, tornou-se a primeira mulher, e além, a primeira filha do norte, a presidir uma central de trabalhadores na história do Brasil. Atualmente é Secretaria de Mulheres da Contag e companheira de uma marcha emancipatória das milhares de mulheres do campo e da floresta de todo Brasil. Além, coordena a Secretaria de Meio Ambiente da Central Única dos Trabalhadores, idealizando um modelo de desenvolvimento humano que possa ser sustentável e solidário.
Ao longo de toda essa trajetória de luta política, Carmen sustentou sua condição de mulher, mãe de cinco filhos, negra e trabalhadora rural. Sempre firme e sempre forte, do Norte do Brasil deu norte e horizonte a luta do campo e da floresta e das mulheres do Brasil. Segue combatendo, pois sua luta não tem fim. E ao mesmo tempo empresta sentido e significação aos versos adaptados do poeta Gonçalves Dias: “Sou brava, sou forte, Sou filha do Norte; Meu canto de morte, Guerreiras, ouvi.”
A desigualdade social é um componente marcante da realidade brasileira e um aspecto fundamental que Carmen Foro enfrentou para estar no movimento sindical. Na sua trajetória de vida e militância política, várias barreiras, tanto físicas como econômicas e culturais dificultaram sua atuação. Sofreu preconceitos e discriminações por ser mulher, por ser negra, de origem humilde e também por ser trabalhadora rural.
E em virtude da realidade geográfica em que vivem as mulheres trabalhadoras rurais, Carmen Foro, enfrentou essas barreiras físicas, que são inúmeras e mais latentes. No campo e na floresta, os locais possuem difícil acesso. Em muitos casos só é possível chegar de barco, ônibus, voadeiras, a cavalo ou outros tipos de transporte alternativo. Apesar de todas as adversidades vivenciadas, como a poetisa Cora Coralina diz, Carmen Foro “fez a escalada da montanha da vida removendo pedras e plantando flores”.
Prêmio Bertha Lutz
O prêmio Bertha Lutz foi instituído pela Mesa do Senado em 2001. Bertha Maria Júlia Lutz, que dá nome ao prêmio, nasceu em São Paulo, em 2 de agosto de 1894. Era filha da enfermeira inglesa Amy Fowler e do cientista e pioneiro da Medicina Tropical Adolfo Lutz. Tornou-se líder na luta pelos direitos políticos das mulheres brasileiras por ter sido responsável pela aprovação aprovação da legislação que lhes concedeu o direito de votar e serem votadas.
Além da dirigente CUTista, foram homenageadas neste ano Maria Liége, Chloris Casagrande, Maria José Silva e Maria Ruth Barreto.
Carmen representa a luta das milhares de mulheres trabalhadoras rurais do campo e da floresta, espalhadas Brasil afora.
“Para mim que sou mulher do campo é um fudamental receber do Senado Federal um prêmio que contém um simbolismo histórico de quem foi Bertha Lutz, referência histórica na luta pelo direito ao voto. É muito significativo reconhecer uma trabalhadora rural por seu papel relevante na luta pelas mulheres. É uma conquista, mas não é uma conquista só minha, mas sim de todas as mulheres, porque eu sou apenas representante deste sentimernto e deste conjunto de articulação histórica e lutas históricas que as mulheres realizaram nesse país”, declara Carmen.
Um pouco da história de Carmen Foro:
Carmen Helena Ferreira Foro é filha de lavradores, nascida em 1966 na zona rural da cidade de Moju, na região de Tomé-Açu, nordeste do Pará. Aos quinze anos migrou com sua família para Igarapé Miri já na condição de agricultora familiar. Lá militou nas Comunidades Eclesiais de Base e no Sindicato de Trabalhadores Rurais, inicialmente na condição de dependente da inscrição sindical de seu pai.
No Sindicato emancipou a voz da mulher do campo e da floresta na mesma medida em que fez mais aguda a sua própria voz enquanto liderança. Em 1990 conquistou o direito a sua própria filiação sindical, para já, no ano seguinte, dirigir o sindicato. Cumprindo ciclos e avançando sempre, assumiu a presidência do sindicato, de forma interina, por oito meses, e tudo isso em menos de 2 anos de filiação efetiva ao sindicato.
Neste mesmo período, assumiu a coordenação sindical da região Tocantina, com abrangência em oito municípios, no Pará. Em 1996 chega à direção da CUT estadual e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do estado do Pará – Fetagri, assumindo a recém criada Secretaria de Mulheres Trabalhadoras Rurais e a de políticas sociais em seguida. Nessa época sua voz já era forte o suficiente para ser ouvida além dos igarapés.
Em 2003 chega a CUT nacional como voz autêntica do campo. Em 2005 chega a Contag – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, com a missão de coordenar uma verdadeira nação de mulheres do campo e da floresta. Em 2006 assumiu a vice-presidência da CUT, e mais uma vez cumprindo ciclos e avançando sempre, tornou-se a primeira mulher, e além, a primeira filha do norte, a presidir uma central de trabalhadores na história do Brasil. Atualmente é Secretaria de Mulheres da Contag e companheira de uma marcha emancipatória das milhares de mulheres do campo e da floresta de todo Brasil. Além, coordena a Secretaria de Meio Ambiente da Central Única dos Trabalhadores, idealizando um modelo de desenvolvimento humano que possa ser sustentável e solidário.
Ao longo de toda essa trajetória de luta política, Carmen sustentou sua condição de mulher, mãe de cinco filhos, negra e trabalhadora rural. Sempre firme e sempre forte, do Norte do Brasil deu norte e horizonte a luta do campo e da floresta e das mulheres do Brasil. Segue combatendo, pois sua luta não tem fim. E ao mesmo tempo empresta sentido e significação aos versos adaptados do poeta Gonçalves Dias: “Sou brava, sou forte, Sou filha do Norte; Meu canto de morte, Guerreiras, ouvi.”
A desigualdade social é um componente marcante da realidade brasileira e um aspecto fundamental que Carmen Foro enfrentou para estar no movimento sindical. Na sua trajetória de vida e militância política, várias barreiras, tanto físicas como econômicas e culturais dificultaram sua atuação. Sofreu preconceitos e discriminações por ser mulher, por ser negra, de origem humilde e também por ser trabalhadora rural.
E em virtude da realidade geográfica em que vivem as mulheres trabalhadoras rurais, Carmen Foro, enfrentou essas barreiras físicas, que são inúmeras e mais latentes. No campo e na floresta, os locais possuem difícil acesso. Em muitos casos só é possível chegar de barco, ônibus, voadeiras, a cavalo ou outros tipos de transporte alternativo. Apesar de todas as adversidades vivenciadas, como a poetisa Cora Coralina diz, Carmen Foro “fez a escalada da montanha da vida removendo pedras e plantando flores”.
Prêmio Bertha Lutz
O prêmio Bertha Lutz foi instituído pela Mesa do Senado em 2001. Bertha Maria Júlia Lutz, que dá nome ao prêmio, nasceu em São Paulo, em 2 de agosto de 1894. Era filha da enfermeira inglesa Amy Fowler e do cientista e pioneiro da Medicina Tropical Adolfo Lutz. Tornou-se líder na luta pelos direitos políticos das mulheres brasileiras por ter sido responsável pela aprovação aprovação da legislação que lhes concedeu o direito de votar e serem votadas.
Além da dirigente CUTista, foram homenageadas neste ano Maria Liége, Chloris Casagrande, Maria José Silva e Maria Ruth Barreto.