Bancários rejeitam proposta e greve continua com mais força

O Comando Nacional dos Bancários rejeitou a nova proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos, nesta sexta-feira (9), em São Paulo. Mesmo após quatro dias de greve forte da categoria, iniciada no último dia 6, os bancos propuseram reajuste de 7% no salário, na PLR e nos auxílios refeição, alimentação e creche, além de abono de R$ 3,3 mil. A oferta sequer cobre a inflação do período, já que o INPC de agosto fechou em 9,62%, e representa uma perda de 2,39% para cada bancário e bancária. O Comando Nacional orienta o fortalecimento da greve em todas as bases sindicais. Nova rodada de negociação ficou marcada para a próxima terça-feira (13), em São Paulo.
“Além de ser uma proposta muito insuficiente nas cláusulas econômicas, abaixo da inflação, os banqueiros desprezam nossas reivindicações sociais, que consideramos muito importantes, como garantia de emprego, saúde e condições de trabalho, combate ao assédio moral, segurança e igualdade de oportunidades”, afirma José Avelino, presidente da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN) e integrante do Comando Nacional dos Bancários.
Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT) e um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários, afirma que a resposta dos bancários será o crescimento do movimento grevista em todas as regiões do país. “A Fenaban continua querendo impor aos bancários um reajuste que não queremos, abaixo da inflação e com artifícios para compensar as perdas deste índice rebaixado. Nossa resposta já está dada, vamos continuar lutando e esperamos que na próxima rodada de negociação os bancos nos apresentem uma proposta decente. Unidade e mobilização não faltam à categoria, que já mostrou sua força nesta primeira semana de greve, quando batermos o recorde de paralisações no primeiro dia.”
No Distrito Federal, o Sindicato dos Bancários de Brasília afirma que a adesão à greve é de 70% dos funcionários de agências bancárias. Nos prédios onde funcionam as atividades administrativas, a participação também é positiva. De acordo com a entidade sindical, a mobilização continuará nos próximos dias, com realização de atividades de convencimento nos locais de trabalho.
Nacionalmente, de acordo com levantamento da Contraf-CUT, no terceiro dia de greve dos bancários (8/9), foi registrado o número de 8.454 agências e 38 centros administrativos paralisados. Este número representa 35,91% das agências bancárias do país e um crescimento de 13% da mobilização, na comparação com a terça-feira (6), primeiro dia de paralisações.
Entre as reivindicações dos bancários estão: reposição da inflação do período (9,62%) mais 5% de aumento real; valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$3.940,24); PLR de três salários mais R$ 8.317,90; combate às metas abusivas, ao assédio moral e sexual; fim da terceirização; mais segurança; e melhores condições de trabalho. A proteção das empresas públicas e dos direitos da classe trabalhadora, assim como a defesa do emprego, também são prioridades para a categoria bancária.
A proposta anterior da Fenaban, apresentada no dia 29 agosto, foi de 6,5% de reajuste e abono de R$ 3 mil.