BA: Greve da Educação em Camaçari atinge um mês, sem solução

Completa um mês nesta quinta-feira (31/08) a greve das professoras e professores da rede municipal de Camaçari, na região metropolitana de Salvador. A greve foi decidida após o governo municipal interromper as negociações, que se arrastavam desde o início do ano, anunciando que não concederia reajuste salarial em 2017.
Como a data-base da categoria é em janeiro, o Sindicato dos Professores e Professoras da Rede Pública Municipal de Camaçari (Sispec) apresentou no dia 3/01 sua pauta de reivindicações e tentou negociar com o novo prefeito, Elinaldo Araújo (DEM), desde sua posse. As principais demandas são a reposição salarial, o cumprimento da Lei do Piso Nacional e melhorias nas precárias condições de trabalho e na infraestrutura das escolas.
Entre janeiro e o final de julho, as professoras e professores realizaram 20 assembleias e 7 paralisações, para tentar mostrar à administração municipal que não aceita ficar até 2018 sem nenhuma reposição salarial.
No dia 10 de agosto, uma assembleia decidiu a continuidade da greve e aprovou o boicote aos desfiles cívicos de 2017 e moções de repúdio à direção da Escola Municipal Eliza Dias de Azevedo, por conta da posição intransigente com os docentes, e ao radialista Roque Santos, por usar seu espaço na Rádio Sucesso FM para promover uma campanha deliberada e declarada contra o movimento dos educadores, de forma parcial, jogando no lixo princípios básicos do jornalismo, como o direito de resposta.
As negociações foram retomadas em 17 de agosto, após uma manifestação que reuniu as professoras e professores da rede pública municipal e pais e estudantes. No dia seguinte, porém o prefeito de Camaçari, Elinaldo Araújo (DEM), trocou o diálogo pela ameaça, reafirmou que não vai conceder reajuste salarial e mandou cortar o ponto dos grevistas.
esta quarta (30), a TV Bahia, afiliada da Rede Globo, fez uma matéria sobre tendenciosa sobre a greve, com a repórter organizando um pequeno grupo de pais, diante da câmera, gritando “queremos aula”, tentando com isso indispor a população contra as professoras e professores.
A categoria, entretanto, está organizada e convicta de seus direitos. Apesar das ameaças e distorções da  mídia empresarial, a greve continua e somente a categoria, organizada pelo Sispec, será responsável por decidir, em assembleia, os próximos passos e os rumos do movimento.
Com informações da CUT