Audiência pública expõe insatisfação de servidores
O auditório da Câmara Legislativa recebeu nesta quarta-feira (12) audiência pública para debater a situação dos servidores públicos do Distrito Federal. Iniciativa do gabinete da Mesa Diretora da Casa, o evento virou palco de discursos de insatisfação e revolta por parte dos trabalhadores com relação ao tratamento dado pelo GDF à categoria. O presidente da Câmara, deputado Patrício (PT), reconheceu que o governo precisa melhorar o diálogo com os sindicatos e servidores e acrescentou: “Não dá para querer negociar só no último ano”.
“O sentimento é de indignação com o tratamento dado aos sindicatos”, desabafou o secretário de Relações de Trabalho da CUT/DF, Denivaldo Nascimento. Bastante insatisfeito, ele entregou ao líder do Legislativo local pauta construída pelo Fórum em Defesa do Serviço Público e dos Servidores do DF com 15 itens prioritários. Entre as demandas figuram a criação de uma mesa permanente de negociação, plano de saúde e reposição real das perdas inflacionárias.
Nos discursos dos trabalhadores foram comuns palavras como “enrolação”, “desrespeito” e “destrato” – todas em referência aos diálogos com o secretário de Administração Pública do DF, Wilmar Lacerda. “As coisas ficam só na conversa, não temos resultado efetivo”, reclamou o presidente do Sindicato dos Servidores do Detran (Sindetran/DF), Eider Marcos. Os líderes sindicais e trabalhadores criticaram também a falta de participação na construção de projetos de reestruturação de carreiras.
Sobre o congelamento dos salários, outra queixa dos servidores, o presidente da CLDF, Patrício, defendeu: “Com planejamento é possível conciliar investimentos e demandas dos trabalhadores”.
Negociação – Amanhã (13), o deputado Patrício e representantes do movimento sindical e dos servidores se reúnem com o secretário de Administração do DF para tratar de projetos de reestruturação de carreira a serem enviados para a apreciação da Câmara Legislativa. “É preciso construir um calendário de negociação e votação”, disse o petista.
Mobilização – “Com mobilização, o governo e a Câmara são pressionados a encontrarem uma solução, e a luta deve ser constante, não deve parar nem no Natal nem no Ano Novo”, defendeu Patrício.
Para o diretor do Sinpro, Cleber Soares, é importante construir um movimento unificado e mobilizar as bases. “E se o governo continuar invertendo prioridades, vamos construir uma greve geral para marcar a história do DF”, disse o sindicalista, em meio a aplausos.
Denise Caputo – Coordenadoria de Comunicação Social da Câmara Legislativa.