Globo morde a língua e diz que só três coisas funcionam em Cuba: “segurança, educação e saúde”
Ops!!! Ato falho… Em um dos seus programas mais reaças – o Manhattan Connection – o porta voz oficial do liberalismo econômico no Brasil, a Rede Globo de Televisão, fez um elogio rasgado aos sistemas de saúde, educação e segurança em Cuba. Só isso…
Apresentado por figuras como Lucas Mendes, Diogo Mainardi (criador do site O Antagonista e crítico ferrenho de políticas populares) e pelo economista Ricardo Amorim, o programa Manhattan Connection se propõe a debater política, economia e comportamento sob uma perspectiva liberal a partir da ótica do Instituto Millenium.
Pois foi justamente nessa de analisar o governo Trump e o fenômeno da debandada de estudantes norte-americanos rumo à Cuba para cursar Medicina que ocorreu o apagão nos apresentadores, no programa exibido no domingo passado (1º/7).
Na tentativa de dar mais uma desqualificada na ilha caribenha, o âncora Lucas Mendes levantou a bola para que Ricardo Amorim batesse no governo cubano. Mendes quis dar a entender que somente os desfavorecidos ou desclassificados norte-americanos buscavam Cuba para estudar e perguntou a opinião do colega apresentador. Mas como a realidade não é bem essa, foi aí que o economista entrou em curto circuito e disse que em Cuba só três coisas funcionam: “Segurança, educação e saúde”, num claro ato falho.
O comentário de Amorim viralizou nas redes sociais e provocou muitos comentários. Em um deles, um internauta foi taxativo: “Tudo que todo e qualquer país sonha em ter: saúde e educação de qualidade e de graça. Isso com 30 anos de bloqueio do império e aliados”, escreveu.
Mas longe de ser engraçado (e realmente o foi), o que se esconde por trás deste episódio é puro preconceito por Cuba, gestado nos últimos anos, que criminaliza políticas afirmativas e populares. “Há uma forte rotulagem de Cuba ser um país ruim; há um explícito discurso de ódio. Hoje em dia é normalmente estranho as pessoas falarem ‘vai pra Cuba’, quando se referem aos que questionam a situação atual do Brasil e apontam outros caminhos”, comenta o coordenador de Imprensa do Sinpro-DF, Cláudio Antunes.
Este preconceito a que se refere Cláudio Antunes esteve claramente visível nas manifestações que levaram ao impeachment da presidenta Dilma. Ironicamente, os manifestantes de então pediam segurança, educação e saúde e criticavam Cuba. Hoje, esses serviços essenciais à população cubana são reconhecidos internacionalmente.
A lição que fica deste ato falho é de como a elite brasileira consegue ser hipócrita e faz valer um discurso falso, tentando convencer a sociedade para emplacar um ideário nitidamente liberal e entreguista – o oposto do que ocorre naquela pequena ilha.
Depois dessa fica uma pergunta: bora pra Cuba???
>>> Assista aqui ao vídeo com o comentário de Ricardo Amorim.