Assembleia Legislativa do Amazonas recebe denúncias de assédio e agressões em colégios da Polícia Militar

Na última semana, após denúncias de professores, estudantes e pais de alunos envolvendo agressões físicas, assédio moral e sexual e outras condutas irregulares cometidas por gestores de colégios militares da Polícia Militar do Amazonas (CMPM), representantes da Associação de Pais, Mestres e Comunitários (APMC) dos colégios da Polícia Militar foram recebidos na na Assembleia Legislativa.

Eles denunciaram casos de agressão física cometidos por gestores contra professores. Também relataram casos de assédio moral e sexual contra estudantes e pais de estudantes, que seriam assediados em troca de vagas no colégio ou melhores notas nas avaliações escolares.

O advogado das APMCs, Ricardo Gomes, esteve na Assembleia Legislativa e disse que cinco dos nove colégios da Polícia Militar possuem denúncias contra gestores. “Temos o caso de um professor que levou um tapa na cara, em pleno pátio do colégio. A agressão foi feita pelo diretor da escola, que estava armado e levou o professor a uma sala fechada onde ocorreram mais intimidações”, denunciou Ricardo Gomes.

Outra denúncia foi feita por mães de estudantes, que seriam assediadas sexualmente por diretores de colégio em troca de melhores notas para os filhos ou vagas para o próximo ano letivo.

“As denúncias estão surgindo em vários colégios da Polícia Militar. É sinal que alguma coisa errada está acontecendo e precisa ser investigada pela Seduc e pelo comando da Polícia Militar”, alerta Ricardo Gomes.

Na tentativa de ouvir todos os envolvidos no caso, a comissão de Educação da Assembleia Legislativa marcou para a próxima quarta-feira (18/09) uma reunião com representantes dos colégios militares, da Seduc, do comando da Polícia Militar e das APMCs. O objetivo é ouvir todos e buscar uma solução para o problema, além de identificar os gestores que estariam cometendo irregulares na administração dos colégios.

Em nota, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc-AM) informou que todos os 19 manifestos e denúncias sobre assédio moral e ou abuso de poder recebidos pela Ouvidoria foram analisados e estão sob averiguação. Em 14 processos, a Seduc-AM adotou as medidas administrativas aos co-gestores da Polícia Militar do Amazonas (PMAM) que atuam nas escolas da rede de modelo militar. Quanto aos casos que ainda estão em análise, a Seduc-AM disse que tem o compromisso de encaminhar as medidas administrativas que forem necessárias quando constatadas ou não a veracidade das denúncias.

Fonte: Redação Amazônia sem Fronteiras