Alckmin apresenta reajuste pífio para professores de SP

O governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) suspendeu os bônus que eram pagos aos(às) professores(as) estaduais anualmente. O valor, que seria de 2,5%, foi cancelado e automaticamente revertido para um reajuste irrisório para a categoria, que há dois anos já não recebe aumento.
Esta política de meritocracia instalada em 2008 em São Paulo (e outras regiões do país) é duramente combatida pelo Sinpro, pois bônus não é salário e o governo inclui, retira e o transfere quando bem entender.
Em entrevista para o jornal O Estado de S. Paulo, Maria Izabel Noronha, presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), criticou duramente a proposta. “É um absurdo que nos ofereçam uma proposta de reajuste de 2,5%, quando temos uma inflação acumulada neste período de 16,5%. É humilhante para os professores uma proposta como essa. Para nós, o razoável seria repor as nossas perdas salariais do período”, disse.
Para a Folha de S. Paulo, o presidente do CPP (Centro do Professorado Paulista), José Maria, Cancelliero, disse que “esse percentual é uma miséria. O professor está sem reajuste desde 2014, mas a choradeira do governo é que está em crise e que não tem arrecadação”.
Segue abaixo a nota publicada no site da Apeoesp:
NOTA DA APEOESP SOBRE A PROPOSTA SALARIAL DO GOVERNO ESTADUAL
A Diretoria da Apeoesp recebeu do Secretário Estadual da Educação na tarde desta segunda-feira, 28/03, a informação de que o Governo Estadual pretende converter, emergencialmente, neste ano, os recursos que seriam destinados ao pagamento do bônus para os profissionais do Magistério em reajuste linear de apenas 2,5%.
Este percentual está muito distante do necessário para a valorização de uma categoria tão importante como são os professores, sobretudo os professores estaduais paulistas, que estão há dois anos sem reajuste salarial, com grandes perdas acumuladas. Por isso, a diretoria da Apeoesp recusou este percentual na própria reunião. Não dá para iniciar uma conversa sobre um reajuste tão insignificante.
O Secretário reuniu-se pela manhã com as demais entidades da educação e com a Apeoesp na parte da tarde. Ou seja, já pela manhã as entidades receberam a minuta de projeto de lei convertendo o bônus em reajuste e tomaram conhecimento do percentual de 2,5% de reajuste linear para todas as categorias dos profissionais da educação, o que só ocorreu à tarde com relação à Apeoesp.
Frente à proposta do Governo, é necessário debater nas escolas, para que a categoria tome suas decisões na Assembleia Estadual que será realizada no dia 8 de abril, às 14 horas, na Praça Roosevelt, em São Paulo.
 
Maria Izabel Azevedo Noronha
Presidenta da Apeoesp
(Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo)