[AL] Governo de Alagoas tenta fechar escola mais antiga do CEPA e levar para Massagueira

Com 150 anos de história, atendendo à demanda social de formar profissionais para a educação em Alagoas, a Escola Estadual José Correia da Silva Titara (antigo Instituto da Educação – IE – de Alagoas) corre o risco de ser fechada em 2020. Na manhã desta terça-feira (14), a direção do Sinteal esteve no local para apurar a denúncia e fortalecer a mobilização para a manutenção desta unidade de ensino no Centro Educacional de Pesquisas Aplicadas (CEPA), local estratégico para os trabalhadores que necessitam estudar em horários diferenciados.

Sem documento oficial ou diálogo com a comunidade escolar, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) já deu início ao processo de mudança para um prédio que está localizado em Massagueira, no município de Marechal Deodoro.

Preocupada com o destino dos cursos, dos estudantes e da comunidade em geral, a diretora da escola, professora, Corina Prado, explica que haverá grande prejuízo pedagógico e administrativo, caso a mudança se concretize.

O prédio, que tem como função original o atendimento à população, hoje é utilizado em grande parte como instalações da própria Seduc. Com os problemas geológicos relacionados ao bairro do Pinheiro, uma parte da escola possivelmente estaria em risco, e isso fez com que, ao invés de manter a escola, a parte administrativo-burocrática fosse priorizada, desalojando toda a parte escolar.

Consuelo Correia, presidenta do Sinteal, acha a iniciativa problemática. “Não é aceitável que uma decisão desse tipo aconteça sem o devido conhecimento do Conselho Escolar, sem ouvir a população e a comunidade da escola, sem nem mesmo formalizar o processo com alguma documentação. É uma total irresponsabilidade de uma gestão que não respeita a educação”.

O número de estudantes, que antes chegou a comportar 450, tem sido bastante reduzido no último período porque o governo não abriu matrículas desde o início de 2018, mesmo havendo alta demanda por parte da comunidade. Tanto o quadro técnico quanto os estudantes da escola estão apreensivos e prometem manter a luta em defesa da escola.

Com o aviso (em caráter informal) de que a mudança começaria hoje – mesmo em período de férias -, alguns professores e estudantes foram à escola e, junto com o Sinteal, realizaram uma manifestação para impedir o transporte da mobília. Em seguida, uma comissão integrada pela própria diretora da escola, pelos diretores do Sinteal, Edna Lopes e Edilton Dantas, e por representantes dos estudantes e dos trabalhadores da unidade de ensino, foi até à sede da Defensoria Pública do Estado de Alagoas, quando foram prontamente atendidos pelo subdefensor público-geral Carlos Eduardo de Paula Monteiro.

Reunião da Defensoria Pública: resultado

Após ouvir atentamente e por quase uma hora os relatos dos componentes da comissão de defesa da escola, o subdefensor público-geral Carlos Eduardo de Paula Monteiro solicitou da professora Corina Prado (diretora) um relatório completo reforçando a importância da manutenção da Escola Estadual Correia Titara em sua função verdadeira, e não apenas no aspecto administrativo-burocrático, para que a Defensoria Pública possa agir de modo substanciado. A diretora prometeu a entrega do relatório em menos de 24 horas a contar do término da reunião, que aconteceu no início da tarde desta terça-feira (14).

Sinteal promete luta pró-CEPA

O Sinteal está inteiramente comprometido com essa luta da direção e dos trabalhadores da E. E. José Correia da Silva Titara e vai acompanhar atentamente o desenrolar dos acontecimentos na luta que objetiva o fortalecimento e a defesa do CEPA e suas escolas públicas.

“A maior prioridade do Governo deveria ser oferecer todas as condições possíveis para a educação crescer e melhorar. Não adianta fazer laive [live] no Facebook dizendo que melhorou a educação, enquanto fecha escolas dessa forma autoritária”, disse Consuelo Correia.

(Sinteal, 15/01/2020)
Fonte: CNTE