CED Agrourbano Caub 1 realiza ação contra o feminicídio e pela vida das mulheres

Uma ação potente de protesto contra o feminicídio, em defesa da vida das mulheres e contra a impunidade dos agressores foi realizada no CED Agrourbano CAUB 1. Em março de 2023, Rayane Ferreira de Jesus Lima, de 18 anos, que foi estudante da escola, foi vítima de feminicídio pelo ex-companheiro.

Uma bonita passeata e um debate com a Secretaria de Mulheres do Sinpro fizeram parte de um processo que começou com o trabalho pedagógico desenvolvido pela escola. De acordo com a diretora do CED Agrourbano, Sheila Mello, no mês de março, as turmas do CED Agrourbano trabalharam temas relacionados ao protagonismo feminino em diversas áreas e ao longo da história da humanidade. “Trouxemos para a sala de aula grandes mulheres como Cora Coralina, Cecília Meireles, Tarsila do Amaral, pra que os estudantes pesquisassem quem elas foram e o legado que deixaram”, conta Sheila.

No último sábado, dia 16, a Secretaria de Mulheres do Sinpro participou de um debate na escola, que envolveu jovens de 13 a 17 anos. As dirigentes sindicais expuseram dados sobre feminicídio no DF e dialogaram com as e os estudantes sobre os indícios de um relacionamento tóxico, o ciclo da violência, as ferramentas de proteção às mulheres e prevenção do feminicídio, como a Lei Maria da Penha – que tipifica a violência contra a mulher, caracterizando como tal a destruição de pertences, de documentos, as agressões verbais, a tortura psicológica, entre outras. “Nossa participação tinha o objetivo de contribuir com o trabalho pedagógico realizado na escola sobre o papel da mulher na sociedade, debatendo o significado do dia 8 de março para todas as mulheres”, explica a diretora da Secretaria de Mulheres do Sinpro Silvana Fernandes.

Para Regina Célia, que também é diretora da Secretaria de Mulheres do Sinpro, o evento foi enriquecedor para o sindicato: “Essa atividade nos fortifica a certeza de que é através da educação formal, dentro das nossas escolas, que vamos construir a necessária educação antimachista desde a Educação Infantil até o Ensino Médio”, diz ela. “Nossa categoria tem o domínio didático para tratar desse tema curricular em todas as modalidades existentes no Ensino Público do DF e o CED Agrourbano é exemplo disso”, completa Regina.

Depois do debate, as e os participantes saíram em marcha pelas ruas do Caub 1. Pararam em frente à casa na qual Rayane vivia, onde encontraram sua mãe e seu filho pequeno. Foi um ato emocionante em honra à memória de Rayane e contra o feminicídio, com o compromisso de chamar a atenção da comunidade para as violências que as mulheres sofrem.

Mônica Caldeira, coordenadora da Secretaria de Mulheres do Sinpro, lembra que as escolas da rede pública do DF podem contar com o sindicato para fortalecer os debates sobre o combate à violência de gênero e a necessidade de garantir a autonomia das mulheres: “O 8M nas escolas é uma proposta da Secretaria de Mulheres do Sinpro no intuito de levar para o currículo escolar essa urgente reflexão acerca da cidadania plena das mulheres, combatendo todo tipo de violência de gênero nos costumes, na tradição de uma sociedade machista”, destaca ela. “A proposta é reconhecer a escola como lugar de transformação social e a grande importância dessa qualidade referenciada da educação e equidade entre homens e mulheres”, finaliza Mônica.