A empresa Juiz de Fora e a Secretaria de Educação

Em um dos trechos do inquérito da Polícia Federal que motivou a deflagração “Caixa de Pandora”, Durval Barbosa menciona o Sr. NELSON LAWALL como um dos empresários que reclamava do valor da propina que era obrigado a pagar aos operadores do esquema montado por Arruda.
O Orçamento Transparente realizou investigações e agora coloca alguma luz sobre esse personagem da trama. A empresa JUIZ DE FORA SERV. GERAIS LTDA, que fez parte das denúncias investigadas pela CPI da Educação no Distrito Federal nos anos de 2005 e 2006, pertence à família LAWALL e, desde novembro de 2000, foi contratada pela Secretaria de Educação para cuidar dos serviços de asseio e conservação do órgão.
Vamos aos aspectos curiosos desse contrato.
Em novembro de 2006, a empresa teve seu contrato renovado com dispensa de licitação, com fundamento na urgência. O procedimento licitatório só foi realizado em setembro deste ano, ou seja, foram quase três anos de contratação “emergencial” – prática corriqueira na Secretaria.
O antigo gestor do contrato era GIBRAIL NABIH GEBRIM, nomeado por Arruda diretor da UAG (Unidade de Administração Geral da Secretaria), que fora indiciado pela CPI da Educação como participante de um esquema de desvio de dinheiro público, tendo o TCDF, inclusive, determinado que ele não mais ocupasse nenhum cargo comissionado no GDF.
O novo responsável pela fiscalização da execução é o próprio Secretário de Educação, JOSÉ VALENTE, que pediu afastamento do cargo, devido às acusações de que recebia R$ 60 mil mensais no “escândalo do panetone”, protagonizado pelo Governador Arruda.
Os valores envolvidos nesse contrato também são assustadores. Em 2007, foram empregados R$ 22 milhões pagos pela Secretaria de Educação e outros R$ 11 milhões do FUNDEB (também gerido pelo órgão). No ano de 2008, o valor total é ainda mais alto: R$ 21 milhões da Secretaria e mais R$ 15 milhões do Fundo. No ano corrente, já foram gastos mais R$ 24 milhões da Secretaria e R$ 10 milhões em recursos do FUNDEB. Ao todo são R$ 103 milhões pagos à JUIZ DE FORA.
Esses são mais alguns fatos sobre as contratações “estranhas” realizadas no Governo Arruda, que envolvem valores milionários e cujos termos foram assinados por pessoas que aparecem nos autos do processo da operação da Polícia Federal que abalou o Distrito Federal e chocou o país todo. Do site www.orcamentotransparente.com.br.